O senador Aécio Neves (PSDB), que foi derrotado nas últimas eleições presidenciais, pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), afirmou que a "candidata Dilma" estaria envergonhada da "presidente Dilma". Além disso, alertou que fará o papel de "oposição vigilante e conectada com a sociedade". A entrevista foi publicada pelo jornal o Globo deste domingo.
Aécio se mostrou otimista devido ao resultado alcançado nas urnas, depois de ter participado a eleição mais disputada da história do Brasil. Ele diz que, com isso, a oposição sai revigorada da eleição e, por isso, vai continuar trabalhando e fiscalizando o governo.
Ao ser perguntado se o PSDB faria um "governo paralelo", o senador respondeu que vai construir uma força-tarefa para comparar os compromissos de campanha da presidente com o que acontece em seu novo mandato. "Vamos constituir dez grupos, de dez áreas específicas, para acompanhar as ações do governo", explicou.
Aécio disse que não sabe se vai concorrer às eleições presidenciais em 2018, mas diz que o PSDB sofreu uma grande mudança nesse ano. "O que há hoje é um PSDB, ao lado de outras forças, conectado a setores da sociedade com os quais não estávamos vinculados. Esse é o grande fato novo."
Aécio comentou também o movimento de extrema direita que tem ido às ruas pedindo a volta dos militares. "O que houve foi a utilização de movimentos da sociedade por uma minoria nostálgica que nada tem a ver conosco e com nossa história", disse. Aécio ressaltou também que não é um político de direita. "Para a direita não adianta me empurrar que eu não vou".
Sobre os Estados, Aécio afirmou também que "o Nordeste sempre será prioridade para o PSDB". Disse que ainda está tentando entender o que conteceu em Minas Gerais, Estado em que foi governador e de onde não teve apoio para as eleições presidenciais. "Vamos recuperar esse espaço. Lançar candidato a prefeito em Belo Horizonte, onde ganhamos por 60% a 30%, e em todas a grandes cidades". No RJ, Aécio disse que fez um ato de heroísmo ao alcançar os 45% dos votos conquistados, porque não teve apoio dos dois principais candidatos ao governo