O Partido da Solidariedade oficializou neste sábado, em convenção nacional em São Paulo, o apoio ao candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves. Em seu discurso, o tucano citou a convenção nacional do PT, que acontece também hoje, em Brasília, para fazer críticas aos adversários. "Agora o PT realiza em Brasília a sua convenção nacional, e a palavra que mais se fala é ‘mudança’, disso e daquilo. A constatação é que esse governo é tão ruim que até o PT quer mudar”, atacou.
Para Aécio, entre as ações necessárias no governo, estão “reconciliar o Brasil com a decência e a dignidade” e “tirar empresas como a Petrobras das garras de um partido político”.
O candidato do PSDB ainda elogiou o partido de Paulinho e avaliou que a sigla “nasce na oposição”, em vez de “ficar ao lado do governo e de seus favores. Fica ao lado dos trabalhadores e de duas demandas”, concluiu.
A reunião dos delegados aconteceu na Casa Portugal, no bairro da Liberdade, no centro da capital paulista. Além de Aécio, a convenção do Solidariedade teve outras lideranças tucanas, entre as quais o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra e o senador Aloísio Nunes Ferreira.
Apesar do apoio do Solidariedade, Aécio ainda não confirmou o nome do vice de sua chapa -- isso será feito dia 30 deste mês, em Brasília. O partido presidido pelo deputado federal Paulo Pereira de Souza, o Paulinho da Força, indicou aos tucanos para vice o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
A convenção foi marcada por ataques ao PT e à sua candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, a exemplo do que já havia ocorrido sábado passado, também em São Paulo, durante a convenção nacional do PSDB que oficializou o senador mineiro como candidato do partido ao Planalto. Na ocasião, Paulinho causara alvoroço entre a militância tucana ao sugerir que “mandaram Dilma para o lugar aonde deveriam mandar” – referência aos xingamentos recebidos pela petista, na capital paulista, por parte da torcida que foi à Arena Corinthians, dia 12, para a abertura da Copa do Mundo 2014.
Paulinho: "governo trouxe a maldita inflação"
Presidente nacional do Solidariedade e candidato à reeleição na Câmara Federal, Paulinho citou a crise na Petrobras e pleitos trabalhistas que ele diz não terem sido cumpridos para classificar o governo do PT como “aquele que trouxe de volta a maldita inflação”.
“Destruíram a principal empresa brasileira, a Petrobras, através de roubalheira generalizada”, criticou. “Na questão dos trabalhadores, nada foi cumprido”, acusou, enfatizando a política de aumento salarial para aposentados.
Na convenção de hoje, o Solidariedade ainda homologou as candidaturas de 47 nomes que concorrerão a deputado estadual, e 44 para deputado federal. Atualmente, pelos cálculos de Paulinho, o partido tem um senador, um governador , 24 deputados federais, 80 estaduais e cerca de 3,5 mil vereadores espalhados pelo Brasil. Até o final do mês, a sigla terá ao menos 12 convenções estaduais.
Força Sindical: “política econômica é a do soluço”
Indicado pelo Solidariedade para vice de Aécio, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, reforçou o coro anti-Dilma ao classificar a política econômica da petista.
“A política econômica hoje se tornou a política do soluço: o empresariado tem um probleminha, e o governo solta uma medida paliativa; mais um soluço, e solta mais uma coisinha”, definiu, para completar: “(É uma política) Que prejudica os trabalhadores na hora em que beneficia os empresariados com isenções e não combate a rotatividade, não olha para as questões principais”, afirmou Torres, para quem 2015 “pode ser a grande bomba relógio que vai se ouvir, pois estão segurando a inflação e o preço da energia, dos combustíveis, dos insumos.”
Serra fala em “mudança”; Alckmin cita “as ruas”
Serra, nome a ser confirmado pelo PSDB à Câmara Federal ou ao Senado, também criticou o que chamou de “estagnação” do país e declarou: “A inflação está subindo, a economia está estagnada e por isso se precisa de uma coalizão que dê sustentação a uma virada”, afirmou, para completar: “Nosso desafio é encarnar essa mudança”.
Alckmin, que, se reeleito, representará mais quatro anos às duas décadas de governo tucano em São Paulo, aproveitou o discurso para incluir o tema das manifestações de rua recentes: “
O que vemos hoje nas ruas é quem não se conforma com o que está acontecendo hoje no Brasil: baixo crescimento e inflação alta e desvios de natureza ética”, definiu.