A sessão do Senado que decidiu a Mesa Diretora da casa para os próximos dois anos, na quarta-feira (4), foi marcada por um bate boca entre o líder da bancada do PSDB, Aécio Neves, e o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB). O tucano acusou o peemedebista de manobrar para excluir seu partido da Mesa Diretora, e Renan lembrou a derrota de Aécio na eleição presidencial e disse que ela ocorreu porque ele é "estrela".
Os partidos que apoiam o governo decidiram apresentar uma chapa completa para os cargos da Mesa do Senado. O PSDB, terceira maior bancada da Casa, alegou que a estratégia governista inviabilizou o cumprimento do princípio da proporcionalidade para o preenchimento dos cargos de direção da Casa. Os tucanos consideram que, por ser o terceiro maior partido da Casa, têm o direito de indicar o primeiro-secretário do Senado, que seria Paulo Bauer (PSDB-SC).
"É preciso que fique claro a manobra que está sendo feita por um grupo de líderes que estão subvertendo a vontade da população ao ferir a proporcionalidade", disse Aécio.
O presidente do Senado disse que o regimento estabelece que a proporcionalidade deve ser aplicada “sempre que possível” e que, como não houve entendimento político entre os líderes, a solução a ser adotada teria que ser a votação. "Como não há esse entendimento, não há outro caminho", afirmou Renan.
Os ânimos se acirraram em Plenário quando o entendimento da base foi formalizado pela leitura da chapa completa, sem senador do PSDB. Depois de afirmar que se tratava de uma manobra que feria o regimento e a Constituição, Aécio disse que Renan “apequenava a Casa e desrespeitava a democracia”, e este respondeu que o tucano é “estreito” e “não tem a dimensão da democracia”.