BRASÍLIA- O coronel de Exército Mauro Cid ficará detido numa unidade prisional militar após ter sido preso nesta quarta-feira, 3, pela Polícia Federal (PF). Ele foi alvo de operação policial que investiga suspeita de fraude no sistema de informações do Ministério da Saúde para alterar os dados de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Braço direito de Bolsonaro no período da Presidência, o coronel foi seu ajudante de ordens e acumulou funções de confiança que o colocaram no centro do escândalo revelado pelo Estadão da entrada de joias ilegais no País.
Antes de ser encaminhado para a área militar, Cid prestará depoimento na sede da PF em Brasília. O coronel também será submetido a exame de corpo de delito para ser encaminhado à prisão.
A PF ainda não decidiu para qual unidade prisional das Forças Armadas o coronel será enviado. O local só será definido após o processamento da prisão na sede da PF.
Cid foi preso no âmbito da operação Venire, que deflagrou nesta quarta-feira uma série de buscas e apreensões em 16 endereços em Brasília e Rio de Janeiro. Um dos locais vasculhados pela PF foi a casa de Bolsonaro, no bairro jardim botânico, em Brasília.
Os agentes apreenderam o celular de Bolsonaro durante a diligência. Os investigadores suspeitam da falsificação de dados dos cartões de vacinação do ex-presidente, de sua filha Laura, do coronel Mauro Cid, de sua mulher e de sua filha. Também estão sob suspeita de os registros do documento do deputado Guttemberg Reis de Oliveira.
Ao deixar sua casa na manhã desta quarta-feira, Bolsonaro presidente alegou que nem ele nem sua filha Laura foram vacinados contra a covid-19. Ele se disse 'surpreso' com a operação e alegou que 'não existe adulteração de sua parte' e 'que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum'.