O juiz Mauro Baldini, da cidade de Coruripe (a 71 quilômetros de Maceió), determinou a venda de parte dos bens do Grupo João Lyra, do ex-deputado federal João Lyra, para quitar a dívida de R$ 2 bilhões do grupo com trabalhadores, bancos, empresas e outros credores.
Segundo diz o magistrado na sentença publicada nesta sexta-feira (20), no Diário Oficial da Justiça, a venda deve acontecer em até 60 dias. Estima-se que o valor arrecadado seja também de R$ 2 bilhões.
As vendas acontecem em bloco na primeira etapa: as usinas Vale do Parnaíba e Triálcool, em Minas Gerais, entende o juiz, estão próximas uma da outra, por isso devem ser vendidas logo.
Em separado serão vendidas as usinas Guaxuma, Uruba e Laginha, as três em Alagoas, assim como o escritório central (mansão onde morou o parlamentar) e um jatinho prefixo PT-RVT.
Diz o juiz que a venda é necessária porque municípios estão sem arrecadar impostos com o plantio da cana de açúcar. Além disso, as usinas mineiras estão fazendo queimadas de cana em áreas de preservação ambiental.
“Resumo: CAOS GENERALIZADO. Sim, somente novos empresários têm condições de operacionalizar o funcionamento das usinas, gerando renda e emprego, em razão do maciço investimento necessário a ser aplicado na formação do canavial, nos tratos culturais e no corte, transbordo e transporte, sem falar na manutenção de todo o maquinário necessário para o funcionamento e apontamento das usinas, providências inviáveis de serem realizadas pela Massa Falida”, explica o juiz Mauro Baldini.
O ex-deputado federal não foi localizado pelo Terra para comentar a decisão judicial.
João Lyra já foi o congressista brasileiro mais rico do País, com uma fortuna estimada em R$ 200 milhões. Candidato derrotado ao Governo de Alagoas em 2006, viu seu patrimônio ruir em dívidas até que, em 2008, a Justiça decretou a recuperação judicial de suas empresas. Ele é pai de Thereza Collor.