O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) assinou, nesta terça-feira, 8, a portaria que instala o Gabinete de Transição do governo federal. Em encontro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Alckmin também assinou outras duas portarias.
A segunda portaria define o ex-ministro Aloizio Mercadante como coordenador de grupo técnico da transição. Ao todo, disse Alckmin, serão montados 31 grupos técnicos nesta fase de transição. A terceira portaria coloca os nomes de Floriano Pesaro e Gleisi Hoffmann na coordenação política da transição.
Na área econômica, o vice confirmou que o grupo será liderado por quatro economistas, conforme adiantou o Estadão: André Lara Resende, Persio Arida e Guilherme Mello. Também se junta o grupo o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
Ao confirmar os quatro nomes, Alckmin também afirmou que o ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma Rousseff, Guido Mantega, participará da transição. "Contamos com sua experiência", disse o vice.
Lara Resende e Persio Arida trabalharam na elaboração do Plano Real. Os dois são próximos a Alckmin, que costurou a entrada deles no grupo de transição. Barbosa foi ministro da Fazenda e do Planejamento do governo Dilma Rousseff. Já Guilherme Mello é economista ligado ao PT e um dos principais porta-vozes da campanha de Lula para a área econômica.
Eles têm pensamentos diferentes de política econômica - e, em alguns casos, opostos -, mas a aposta de Lula ao escolher o quarteto é fazer um equilíbrio de forças de economistas de dentro e fora do partido. Quando os nomes de Lara Resende e Arida na transição foram revelados pelo Estadão no último sábado, 5, integrantes do partido cobraram uma participação mais equilibrada.
Questionado pelo Estadão se será possível a convergência de propostas, Alckmin respondeu: "Não são visões opostas. São complementares".
O arranjo na economia não significa compromisso com cargos no novo governo. O coordenador da transição destacou que eles vão trabalhar nessa fase transitória para elaborar propostas.
Já o grupo técnico de assistência social terá o comando de três mulheres: Simone Tebet, Marcia Lopes e Tereza Campello, além de André Quintão. A primeira-dama, Janja da Silva, vai assumir a coordenação de organização da posse.
"Esse é um trabalho de 50 dias, de praticamente dois meses, que começa agora, buscando informação, continuidade de serviços públicos, transparência; enfim, regido por lei e pautado pelo interesse público", disse Alckmin.
O vice eleito disse que o trabalho vai contar com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), que enviará cópias de relatórios e informações necessárias para ajudar na transição. "Vamos todo dia anunciando o núcleo que vai organizar o grupo de transição. Amanhã a gente divulga outros nomes", disse Alckmin. "Esses grupos técnicos poderão convidar outras pessoas, lideranças, sociedade civil.
Alckmin afirmou nesta quarta-feira, 9, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá reunião em Brasília com os chefes de poderes, o que não deve incluir o Executivo. Ainda nesta terça-feira Alckmin tem uma reunião fechada com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e com membros da Comissão Mista do Orçamento do Senado.
Veja a lista da transição:
Coordenador-Geral: Geraldo Alckmin
Coordenação Executiva: Floriano Pesaro
Coordenação de Articulação Política: Gleisi Hoffmann
Coordenação dos Grupos Técnicos: Aloizio Mercadante
Coordenação de Organização da Posse: Janja da Silva
Conselho de Transição Governamental: representante dos partidos:
1. Antônio Brito (PSD)
2. Carlos Siqueira (PSB)
3. Daniel Tourinho (AGIR)
4. Felipe Espirito Santo (PROS)
5. Gleisi Hoffmann (PT)
6. Guilherme Ítalo (Avante)
7. Jefferson Coriteac (SD)
8. José Luiz Penna (PV)
9. Juliano Medeiros (PSOL)
10. Luciana Santos (PCdoB)
11. Wesley Diógenes (REDE)
12. Wolney Queiroz (PDT)
Grupos Técnicos, com até quatro integrantes na coordenação:
I. agricultura, pecuária e abastecimento;
II. assistência social;
III. centro de governo;
IV. cidades;
V. ciência, tecnologia e inovação;
VI. comunicações;
VII. cultura;
VIII. defesa;
IX. desenvolvimento agrário;
X. desenvolvimento regional;
XI. direitos humanos;
XII. economia;
XIII. educação;
XIV. esporte;
XV. igualdade racial;
XVI. indústria, comércio e serviços;
XVII. infraestrutura;
XVIII. inteligência estratégica;
XIX. justiça e segurança pública;
XX. meio ambiente;
XXI. minas e energia;
XXII. mulheres;
XXIII. pesca;
XXIV. planejamento, orçamento e gestão;
XXV. povos originários;
XXVI. previdência social;
XXVII. relações exteriores;
XXVIII. saúde;
XXIX. trabalho;
XXX. transparência, integridade e controle;
XXXI. turismo