"É preciso amadurecer o conjunto", diz Alckmin sobre plebiscito
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou na manhã desta quarta-feira a maneira com que o assunto sobre um plebiscito para a reforma política está sendo conduzido pela presidente Dilma Rousseff e pelo Congresso. Segundo ele, a reforma deveria ter sido iniciada já no primeiro ano de governo da petista. Alckmin acredita que o tema é discutido de maneira "confusa" e na "correria".
"Muitas coisas nem dependem de mudança constitucional, apenas mudanças de lei e agora as coisas estão numa correria enorme e confusas. A questão do plebiscito é complexa. Um plebiscito agora pode custar de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões”, disse ele. Além disso, para o governador de São Paulo, a pergunta sobre o financiamento público e privado nas campanhas eleitorais é muito complexa e as outras questões sugeridas não estão "nada claras".
"É difícil de ser respondido por qualquer cidadão. Se o Brasil tiver quatro ou cinco partidos com fidelidade partidária, programáticos, com cláusula de desempenho, aí sim pode- se discutir essa questão, mas com mais de 30 partidos, como vai se aprovar o financiamento em campanha?", questionou.
Alckmin comentou também sobre a posição do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que sugeriu que o plebiscito fosse feito durante as eleições de 2014.
"Independente de quando for, tem que amadurecer mais o conjunto da questão. Vai perguntar o que? Há questões anteriores. Não é uma coisa simples", disse Alckmin. Para ele, primeiramente é preciso entender esse “novo Brasil” que surgiu nas últimas semanas com as manifestações populares.
"Não é só uma questão eleitoral. São questões de vida das pessoas. É a questão da saúde, mobilidade urbana, impunidade, questão econômica, com inflação, baixo crescimento, um conjunto de questões mais profundas. Me preocupa de como está sendo colocado esse plebiscito”, disse.
Apesar das críticas, o governador fez questão de deixar claro que defende a reforma política no País. “Se não houver o empenho do Executivo, junto ao Legislativo, não sai. O presidencialismo tem problemas, mas ele tem uma grande vantagem. O que se elege vem com 100 milhões de votos. A legitimidade das urnas é muito forte e isso precisa ser aproveitado”, completou Alckmin.
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6 de junho No dia 6 de junho, a cidade de São Paulo parou por causa do protesto "Se a tarifa aumentar São Paulo vai parar", contra o aumento das passagens de ônibus, trens e Metrô. Milhares de manifestantes foram às ruas exigir a diminuição da tarifa do transporte coletivo e acabaram entrando em confronto com a polícia
Foto: Gabriela Biló
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6 de junho Encabeçado pelo Movimento Passe Livre, o protesto prega que "o modelo de transporte coletivo baseado em concessões para exploração privada e cobrança de tarifa está esgotado"
Foto: Gabriela Biló
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6 de junho A onda de protestos contra os reajustes na tarifa de ônibus, que atinge, além de São Paulo, outras capitais do País e cidades, começou a ser gestada em Porto Alegre (RS) no início de abril
Foto: Gabriela Biló
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6 de junho No primeiro dia de protestos em São Paulo, a Polícia Militar usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra milhares de pessoas
Foto: Tercio Teixeira
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6 de junho Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões
Foto: Tercio Teixeira
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7 de junho Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas
Foto: Bruno Santos
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7 de junho Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos
Foto: Gabriela Biló
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7 de junho Segundo a administração pública, nos 4 primeiros dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha
Foto: Bruno Santos
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7 de junho O aumento das passagens de ônibus em São Paulo desencadeou uma grande manifestação, que ganhou a adesão de milhares de pessoas depois da repressão policial
Foto: Bruno Santos
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7 de junho Locais tradicionais de São Paulo, como a avenida Rebouças, foram trancados pelos manifestantes, que impediam a circulação de veículos
Foto: Bruno Santos
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11 de junho A repressão policial, especialmente da Tropa de Choque e da Força Tática da Polícia Militar, foram criticadas pelos manifestantes, que foram aumentando a pressão a cada novo protesto
Foto: Bruno Santos
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11 de junho Em um momento tenso, a PM tentou fazer com que o protesto parasse, mas os manifestantes se recusaram e seguiram pela avenida Rangel Pestana, no Centro, próximo ao terminal Bandeira, entrando em confronto com a polícia
Foto: Bruno Santos
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11 de junho O Movimento Passe Livre, criado durante o Fórum Social Mundial, em 2005, se diz autônomo, independente e apartidário e está em oito cidades
Foto: Bruno Santos
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11 de junho As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011
Foto: Bruno Santos
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11 de junho A administração paulista alegou que, caso fosse feito o reajuste das tarifas com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. O argumento não foi aceito pelos manifestantes
Foto: Bruno Santos
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11 de junho As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet
Foto: Bruno Santos
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13 de junho De acordo com as orientações do grupo, as pessoas que moram próximas aos locais por onde passará o protesto podem disponibilizar o sinal de internet, para que os manifestantes possam compartilhar registros feitos durante a manifestação
Foto: Bruno Santos
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13 de junho Plínio de Arruda Sampaio, ex-presidenciável pelo Psol, acompanhou a movimentação e criticou atos de vandalismo registrados em protestos anterioes
Foto: Alice Vergueiro
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13 de junho Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo Centro
Foto: Gabriela Biló
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13 de junho O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito
Foto: Bruno Santos
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13 de junho No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento
Foto: Bruno Santos
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13 de junho O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas
Foto: Bruno Santos
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13 de junho A repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, foi atingida no olho por uma bala de borracha da PM
Foto: Guilherme Kastner
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13 de junho Entre as orientações jurídicas, os manifestantes pedem, por meio do Facebook, atenção caso sejam presos. Na delegacia, leia tudo antes de assinar! Se o que estiver escrito não for a realidade, ou se você não disse alguma coisa que está escrita, não assine.
Foto: Leonardo Gali
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13 de junho O repórter do Terra Vagner Magalhães levou um golpe de cassetete de um policial militar enquanto cobria o protesto. O jornalista foi agredido no braço
Foto: Amauri Nehn
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14 de junho O fotógrafo Sérgio Silva, da Futura Press, mostra o olho esquerdo, que foi atingido por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar. Ele foi internado no hospital H. Olhos (Hospital de Olhos Paulista), no bairro Paraíso, e corre o risco de perder a visão
Foto: Arquivo Pessoal
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17 de junho Militantes identificados com bandeiras de partidos foram hostilizados por manifestantes, que bradavam: "Nenhum partido nos representa"
Foto: Renato S. Cerqueira
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17 de julho O jornalista Caco Barcellos, da TV Globo, e seus repórteres foram expulsos e não conseguiram ficar no protesto, que fechou a avenida Faria Lima
Foto: Fernando Borges
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17 de junho Durante o percurso, muitos moradores dos prédios balançaram toalhas brancas na janela, em apoio ao movimento
Foto: Gabriela Biló
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17 de junho Membros do Movimento Passe Livre, que encabeça os protestos contra o aumento da tarifa de transporte público em São Paulo, afirmaram na manhã desta segunda-feira que só estão dispostos a negociar a revogação do reajuste
Foto: Euclides Oltramari Jr.
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17 de junho A mobilização em São Paulo, que segue os contornos dos protestos iniciados em Porto Alegre, desencadeou outras jornadas de manifestação pelo País. Ela parte do descontentamento da população com o reajuste de R$ 0,20 do preço de ônibus, metrô e trem, mas também dá voz a questões que ultrapassam os centavos cotidianos
Foto: André Neublum Balistrieri
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17 de junho Violência à parte - condenada pelo governo e pela maioria dos envolvidos -, a presença massiva da população nas ruas cria espaço para um debate sobre os espaços públicos nas metrópoles brasileiras contemporâneas, bem como questiona os moldes estabelecidos da representatividade da democracia brasileira
Foto: Léo Pinheiro
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17 de junho Todos os protestos foram organizados e propagandeados pelo Movimento Passe Livre (MPL), que se declara independente e horizontal, sem presidentes, dirigentes ou chefes
Foto: Fernando Borges
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17 de junho Um dos principais reflexos das manifestações é o caos no trânsito, já que milhares de pessoas fecham as principais ruas e avenidas da cidade durante a marcha
Foto: Ale Vianna
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17 de junho Além de horizontal e sem um comando hierarquizado, o movimento se diz também heterogêneo, uma mistura de estudantes universitários de diversas áreas, professores, engenheiros e profissionais de diversas áreas
Foto: Léo Pinheiro
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17 de junho O perfil "linear", segundo os próprios integrantes do grupo, que tem dado força e feito o movimento crescer, com adesão de milhares de pessoas a cada manifestação agendada para pedir a redução na passagem
Foto: Léo Pinheiro
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17 de junho O perfil dos detidos na manifestação de terça-feira, dia 11, mostrou a heterogeneidade das pessoas que compõem os protestos, sem mesmo fazer parte do MPL
Foto: Léo Pinheiro
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17 de junho Para o movimento que organiza os protestos e luta por mudanças na política de transportes públicos, a precarização dos serviços prestados e as más condições que os usuários enfrentam diariamente é um dos principais fatores que levaram diferentes setores a se unirem às manifestações
Foto: Marcos Bizzotto
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17 de junho Um grupo de manifestantes conseguiu arrombar a portaria 2 do Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, por volta das 23h, e a polícia reagiu com bombas de efeito moral e gás de pimenta
Foto: Fernando Borges
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17 de junho Apenas três equipes de polícia faziam a segurança externa do Palácio dos Bandeirantes antes da chegada dos manifestantes
Foto: Fernando Borges
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17 de junho Manifestantes "alteraram" preço da passagem em ônibus que parou no local
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Cenário era de destruição e de caos na região central de São Paulo após ação de vândalos que se aproveitaram do protesto de milhares para depredar e saquear lojas
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Lojas Americanas também foram alvo de vândalos em São Paulo
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Durante protesto na noite desta terça-feira no centro de São Paulo, vândalos aproveitaram o fim do ato para praticar saques e destruir lojas e agências bancárias. Na foto, jovem depreda unidade da rede McDonald's
Foto: Gabriela Biló
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18 de junho - Após invadir loja da rede de fast food McDonald's, jovem utiliza máquina de sorvete no centro de São Paulo
Foto: Gabriela Biló
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18 de junho - Agência do banco Itaú foi depredada na praça do Patriarca em São Paulo
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Uma van da TV Record foi depredada e incendiada por manifestantes
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Uma van da TV Record foi depredada e incendiada por manifestantes
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Jovens chutam porta da prefeitura de São Paulo
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Uma van da TV Record foi depredada e incendiada por manifestantes
Foto: Fernando Borges
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18 de junho - Datafolha estimou que o protesto de hoje reuniu 50 mil pessoas em São Paulo. Na foto, os manifestantes se concentram em frente à prefeitura
Foto: AFP
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18 de junho - Um grupo de manifestantes furou o bloqueio da Polícia Militar em frente à prefeitura de São Paulo e atirou grades que cercavam o prédio contra a porta
Foto: Ale Vianna
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18 de junho - Policiais apenas observaram o ato pacífico de milhares de manifestantes que foram às ruas nesta terça-feira
Foto: Fernando Borges
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Fonte: Terra