A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) empossa seus 94 deputados nesta sexta-feira (15) e em seguida realiza uma eleição para a presidência da Casa com resultado previsível. O atual presidente, Cauê Macris (PSDB), construiu em volta de si uma ampla coalizão. Apoiado até pela bancada petista, deve vencer com folga.
Há na Assembleia a expectativa de que ele tenha cerca de 70 votos. Bem menos que os 88 que teve dois anos atrás, quando ascendeu ao comando do Legislativo paulista. Ainda assim, é mais que suficiente.
Macris foi alvo de denúncias de irregularidades em sua campanha divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. O caso, porém, teria tido pouco ou nenhum efeito sobre os deputados votantes.
O Terra procurou a assessoria do deputado para entrevistá-lo, como fez com os outros três prováveis candidatos – apenas após a posse as candidaturas serão registradas. O político, porém, só deverá falar com a imprensa após a eleição. Em resposta às reportagens de O Estado de S. Paulo, Macris negou irregularidades.
Os trunfos de Macris
O atual presidente da Alesp tem a seu favor, para continuar no cargo, um fator que costuma ser decisivo nas assembleias legislativas: apoio do governo estadual. O governador, João Doria (PSDB), é correligionário de Macris e trabalhou por ele.
Os tucanos estão à frente da Casa desde 2007. Porém, da última legislatura para esta, perdeu força. Quando a posse estiver concluída, deixará de ter 19 deputados para ter 8.
Também favorece Macris o isolamento autoimposto do PSL. O partido do presidente da República elegeu a maior bancada na Alesp, com 15 deputados, mas deve ficar fora inclusive dos demais cargos da Mesa Diretora.
Janaína Paschoal deverá disputar o cargo em nome da legenda, mas não conseguiu apoios.
O poder da Alesp
É comum, no Brasil, que Assembleias Legislativas funcionem como um “cartório”, avalizando prontamente os projetos do governo estadual. Ainda assim, a Alesp é uma máquina poderosa.
O Legislativo Paulista custa R$ 1,3 bilhão ao ano e tem 3,7 mil funcionários. As eleições de 2018 impuseram 55% de renovação nos deputados estaduais de São Paulo.
Uma das principais pautas de Doria, a de privatizações, já tem uma parte enviada à Alesp. Uma das primeiras ações do governador após empossado foi levar à Assembleia um projeto para reduzir o número de empresas estatais de São Paulo.