Alexandre de Moraes era chamado de 'professora' por assessor e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Investigação da Polícia Federal (PF) identificou que o ministro era monitorado por Marcelo Câmara e Mauro Cid

8 fev 2024 - 17h59
(atualizado às 23h36)
Resumo
Investigação da Polícia Federal (PF) identificou que o ministro Alexandre de Moraes era monitorado por Marcelo Câmara e Mauro Cid e se refiram ao ministro pelo codinome 'professora'. Câmara e Cid integravam um núcleo de inteligência paralela com o objetivo de coletar dados e informações para auxiliar na consumação de um Golpe de Estado por Jair Bolsonaro.
Ministro Alexandre Moraes
Ministro Alexandre Moraes
Foto: Fátima Meira / Futura Press

Marcelo Costa Câmara, assessor de Jair Bolsonaro (PL), e Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente, usavam o codinome 'professora' para se referir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O 'apelido' foi descoberto em investigação da Polícia Federal (PF) que deflagrou a operação Tempus Veritatis e prendeu quatro aliados do ex-presidente nesta quinta-feira, 8

Segundo a investigação, Câmara, que foi preso pela PF hoje, foi responsável por uma operação de monitoramento de Moraes, que tinha elaborar planos para um golpe de Estado. “A investigação constatou que os deslocamentos entre Brasília e São Paulo do ministro Alexandre de Moraes são coincidentes com os da pessoa que estava sendo monitorada e acompanhada pelo grupo [...] Assim, o termo 'professora' utilizado por Mauro Cid e Marcelo Câmara seria um codinome para a ação que tinha o Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como alvo”, diz trecho da decisão assinada pelo ministro relator da investigação, Alexandre de Moraes.

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Segundo a PF, Câmara e Cid integravam um núcleo de inteligência paralela. O objetivo era coletar dados e informações para auxiliar "a tomada de decisões do  então Presidente da República JAIR BOLSONARO na consumação do Golpe de Estado", após a derrota nas eleições de 2022. O general Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também fazia parte do grupo. 

Quem são os aliados de Bolsonaro investigados pela operação da PF? Quem foi preso? Quem são os aliados de Bolsonaro investigados pela operação da PF? Quem foi preso?

Operação Tempus Veritatis

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 8, uma operação que mira aliados militares ou políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos de buscas, estão o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que Bolsonaro entregue o passaporte em até 24 horas.

Foram presos na operação, conforme apuração do Terra, Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro), Marcelo Câmara (coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente), Rafael Martins (major das Forças Especiais do Exército) e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

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Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do País, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

As medidas judiciais, expedidas pelo STF, ocorrem nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.

O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, também eram alvos de buscas.

* Com informações do colunista do Terra, Guilherme Mazieiro e da CNN Brasil.  

Fonte: Redação Terra
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