A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado apenas no primeiro trimestre de 2025. O relatório final emitido pela Polícia Federal (PF), que resultou no indiciamento do ex-presidente e de mais 36 pessoas, foi enviado para Paulo Gonet, procurador-geral da República, e para Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Considerando a extensão do documento e o recesso judiciário, a possibilidade de abertura de um processo levará cerca de 3 meses. Com a análise do documento, a PGR decidirá ou não se apresenta uma denúncia contra o grupo ao STF. Enquanto isso, aliados de Bolsonaro fazem especulações nos bastidores, segundo O Globo, com as chances de os indiciamentos do ex-presidente resultarem em sua prisão.
Bolsonaro foi indiciado pela PF três vezes este ano. Por isso, não há duvidas entre seus aliados mais próximos de que, em algum momento, o STF ordenará sua prisão. Contudo, isto não deve acontecer em breve.
Primeiramente, não haveria elementos suficientes para consolidar uma prisão preventiva, apenas em caso de flagrante ou risco de fuga. Como o passaporte de Bolsonaro está retido pelo ministro Alexandre de Moraes, isto não seria uma possibilidade. Outro motivo para postergar uma possível prisão de Bolsonaro seria para evitar uma reação indignada de seus apoiadores, de acordo com O Globo.
Segundo análise dos aliados do ex-presidente, o STF deve "empurrar" ao longo do próximo ano os processos envolvendo os indiciamentos, para também dificultar qualquer ação que possa vir a reverter a inelegibilidade de Bolsonaro.
Para alguns, este cenário não é dos piores, já que, para o Partido Liberal (PL), Bolsonaro é visto com bons olhos como cabo eleitoral, e não como candidato. "Ele como candidato tem muita rejeição, mas apoiando algum nome da direita, como Tarcísio [governador de São Paulo] ou Caiado [governador de Goiás], ele é imbatível", disse um estrategista ligado ao PL.