Apesar do voto de Rosa Weber pela ilegalidade do orçamento secreto, petistas dizem acreditar que a PEC da Transição sobreviverá na Câmara. O argumento é que Arthur Lira (PP-AL) já desconfiava que Rosa poderia ser dura em sua decisão, e eles ainda guardam a expectativa de que o veredito final dos demais ministros do Supremo não vá na mesma linha.
Na quarta-feira à noite, ainda persistia entre deputados da sigla e também entre aliados de Lula na Câmara a ideia de que a Corte deve apenas "modular" o instrumento, estabelecendo critérios, como parte de uma solução de meio-termo. Dessa forma, não haveria motivos para o Centrão implodir - ainda - a PEC da Transição.
No Centrão, aliados de Lira voltaram a falar da possível saída de incluir na PEC da Transição um trecho que coloque as emendas de relator na Constituição. O caminho foi alardeado pelo próprio relator do texto na Câmara, Elmar Nascimento (União-BA), como uma forma de contornar o STF, mas é tortuoso.
Mesmo que Elmar faça a alteração, ela teria de ser levada a votação no Senado. Aliados de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) não creem que haja apoio suficiente na Casa para a constitucionalização do orçamento secreto.
Antes da decisão de Rosa, Lira havia acionado aliados dentro do PP para tentar ao máximo preservar o texto da PEC, tal qual havia chegado do Senado, com o intuito de acelerar a votação e garantir o pagamento das despesas do orçamento secreto deste ano.