Após costurar acordos com os partidos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado Cauê Macris (PSDB) venceu a eleição da Casa e continuará no comando do Legislativo paulista por mais dois anos.
Dos 94 integrantes da Alesp, 70 votaram em Macris, número bem maior que os 48 necessários para a eleição.
Mais cedo, os eleitos para a atual legislatura tomaram posse. As eleições de 2018 impuseram uma taxa de renovação de 55% à Assembleia.
O tucano teve apoio do governador do Estado, João Doria. Também favoreceu Macris a inaptidão da bancada do PSL para construir alianças. Maior bancada da Alesp, o partido lançou a candidatura de Janaína Paschoal, personagem mais popular entre os deputados eleitos. Ela teve 16 votos, apenas um a mais que os 15 dos deputados do próprio PSL.
Quando as candidaturas foram registradas, Cauê Macris deixou o comando da sessão -- é vedado presidir eleição em que concorre. Assumiu Analice Fernandes (PSDB).
Houve protestos contra a candidatura de Macris. Segundo os críticos, ele não poderia concorrer à reeleição por vedação do regimento e da Constituição Estadual.
Segundo Analice, a questão está pacificada. "O mandato subsequente é na mesma legislatura", afirmou o deputado Barros Munhoz (PSB).
Houve um pequeno tumulto no plenário, com Gil Diniz (PSL) insistindo que Macris não poderia ser candidato. Janaína Paschoal chegou a ter o microfone desligado por Analice em uma fala.
Além de Janaína, disputaram o comando da Casa Mônica Seixas (PSOL), representante da chamada Bancada Ativista, e Daniel José (Novo). Eles tiveram 4 votos cada, respectivamente.
No discurso, Cauê Macris agraceus pelos votos. Citou seu pai e padrinho político, o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB). Também sinalizou pacificação. "Adorno que a disputa eleitoral termina nesse momento", disse o presidente reeleito.
Quando foi eleito presidente da Assembleia pela primeira vez, em 2017, Macris teve 88 votos. Ele está no segundo mandato como deputado estadual.
Apesar de os deputados estaduais terem tomado posse de seus mandatos apenas hoje, já está na Alesp um dos projetos prioritários do governo Doria: diminuir o número de empresas estatais.