Na mira de trumpistas após barrar a ida de Jair Bolsonaro (PL) à posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mantém réplicas da Constituição e da Declaração de Independêcia dos EUA como decoração de seu gabinete no STF.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
As réplicas dos documentos históricos estadunidenses ficam à mostra na entrada da sala do ministro na sede do Supremo, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Um dos quadros emoldura a proclamação de Independência dos EUA, de 1776.
Um segundo exibe a Constituição norte-americana, de 1787. Há, ainda, uma representação do registro de reunião do Congresso estadunidense, que declarou a entrada em vigor da Constituição -- que é cumprida até hoje --, documento datado de 4 de março de 1789.
Moraes pendurou, ainda, uma réplica da Carta Magna, de 1215, documento histórico que limitou os poderes da monarquia absolutista da Inglaterra e é considerado o primeiro capítulo de um processo que levou ao surgimento do constitucionalismo, estabalecendo alguns direitos individuais dos cidadãos.
Os quadros decoram a recepção do gabinete. Cada ministro do STF pode escolher a decoração de sua sala. No caso de Moraes, os documentos foram pendurados quando ele assumiu uma cadeira na Corte, em 2017.
Alvo constante de ataques bolsonaristas, Moraes também passou a ser criticado por apoiadores de Donald Trump após negar a devolução temporária do passaporte de Bolsonaro, apreendido no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Mais recentemente, Steve Bannon, ex-assessor de Trump, afirmou que pedirá a Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, sanções ao Brasil pela ausência de Bolsonaro na posse do 47º presidente, na última segunda-feira, 20.
“Eu não falo pelo presidente Trump, mas as pessoas do movimento MAGA [Faça América Grande Novamente, na tradução] amam Bolsonaro. A nossa recomendação é que deve haver sanções severas ao Brasil e particularmente a esse juiz [Alexandre de Moraes] para não ter nenhum acesso aos Estados Unidos”, disse Bannon à Folha de S.Paulo.
Figura influente entre a extrema-direita mundial, Bannon foi preso ao ser apontado como um dos articuladores do ataque ao Capitólio, sede do Poder Legislativo dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, quando Trump se negou a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições do ano anterior e acusou fraude no pleito. Ao todo, mais de 1,5 mil pessoas foram presas pela invasão.