A ex-senadora brasileira e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse neste sábado que buscará a indicação do partido para disputar a Presidência ano que vem.
Marina disse em uma reunião com o seu partido Rede que buscará o cargo máximo da nação, mas só será candidata oficialmente após a convenção nacional do seu partido, em abril.
A ambientalista de 59 anos, nascida em uma comunidade de seringueiros na floresta amazônica e ministra no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disputou as últimas duas eleições presidenciais, mas nunca chegou ao segundo turno.
Marina disse que buscaria a indicação do partido porque "os brasileiros querem um país livre da corrupção" e que ela tinha predicados éticos para entregar isso.
Na mais recente pesquisa eleitoral conduzida pelo instituto Ibope, em outubro, Marina estava na terceira posição, com 8 por cento das intenções de voto.
Mas a pesquisa incluiu Lula como possível candidato.
Lula foi condenado em um julgamento por corrupção, em julho. Se esta condenação for confirmada pela instância superior antes da eleição de outubro, ele não poderá competir.
Se Lula não for candidato, a pesquisa do Ibope coloca Marina em primeiro lugar ao lado do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, deputado federal, ambos com 15 por cento na pesquisa.
Na eleição de 2010, Marina, então no Partido Verde, recebeu surpreendentes 20 por cento dos votos no primeiro turno, mas não foi o bastante para disputar o segundo turno com a eventual vencedora Dilma Rousseff.
Em 2014, foi candidata a vice-presidente na chapa do Partido Socialista Brasileiro, ao lado de Eduardo Campos, que morreu em acidente de avião apenas dois meses antes da eleição. Marina assumiu seu lugar e levou 21 por cento dos votos no primeiro turno, novamente fora da disputa decisiva.
Seguidores elogiam-na como a política brasileira com mais princípios, o que pode desempenhar um papel fundamental na próxima eleição.
Desde o começo de 2014, promotores brasileiros e a polícia conduzem uma operação contra a corrupção sem precedentes, que revelou níveis impressionantes de corrupção política, envolvendo todos os grandes partidos, mas não Marina.
Marina mantém-se comprometida com a responsabilidade fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante, o chamado "tripé" de políticas econômicas que deram ao Brasil estabilidade depois de um período de galopante inflação e crescimento errático nos anos 1990.