A senadora Ana Amélia Lemos, pré-candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul, rejeitou nesta quinta-feira qualquer comparação com a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB). A parlamentar gaúcha adiantou, na sabatina realizada pela Ulbra TV em parceria com o Terra e o site Sul 21, que a tucana não terá participação na campanha, apesar de o PSDB estar coligado com os progressistas na corrida ao Palácio Piratini.
Ana Amélia afirmou que Yeda errou politicamente, apesar de acertos administrativos: “Acertou na gestão, no déficit zero, acertou neste aspecto, ninguém discute. E por alguns investimentos feitos em rodovias importantes para o Rio Grande do Sul. Ponto. Politicamente a ex-governadora errou muito na convivência com os segmentos da sociedade. O preço que ela pagou foi um preço político – por está má administração política do Estado”, destacou Ana Amélia, que na época da gestão tucana ainda atuava como jornalista do Grupo RBS.
Perguntada sobre declarações polêmicas dos colegas de partido, deputados federais Jair Bolsonaro (RJ) e Luis Carlos Heinze (RS), Ana Amélia foi enfática: “Não concordo com uma declaração do Jair Bolsonaro. Com nenhuma atitude dele. Não concordo com nenhuma declaração preconceituosa do deputado Luis Carlos Heinze”, salientou a senadora sobre as declarações homofóbicas do parlamentar carioca e da manifestação contra índios e gays do representante gaúcho. Apesar de serem do mesmo partido, ela destacou que as legendas são feitas de pessoas com pensamentos diferentes. “Os partidos são compostos como a mão da gente. São diferentes. As famílias são diferentes. Tem irmão estudioso, outro que não gosta de estudar, é assim. Por isso o nome é partido. É uma coisa repartida. São pessoas que pensam dessa forma. Não pode expulsar por ele expressar uma posição que é endossada por uma parcela da sociedade brasileira”, ponderou.
A progressista criticou o governo de Tarso Genro por ter parcelado o aumento dos professores pelos próximos anos. Segundo ela, o petista não poderia fazer isso. “Ele comprometeu o Estado sem saber se será reeleito”, apontou. Ana Amélia disse que está preparada para aguentar a pressão dos movimentos sociais e de sindicatos caso seja eleita e apontou o diálogo como a fórmula para conter os problemas. Ela adiantou que irá diminuir o número de secretarias e também de cargos em comissão. Ela, porém, não indicou quais as pastas que serão extintas.
Balela
A senadora criticou duramente a decisão do diretório nacional do PP que decidiu pelo apoio à presidente Dilma Rousseff. A parlamentar afirmou que defende a neutralidade neste período e lamentou que não poderá apoiar formalmente o senador tucano Aécio Neves na corrida pelo Planalto. “Não é o problema da presidente Dilma. Não é isso que tá em jogo. Tá em jogo a neutralidade. Não adianta o presidente do nosso partido, o Ciro Nogueira, dizer; ‘nós fechamos nacionalmente o apoio a Dilma Rousseff, mas os diretórios regionais podem apoiar os candidatos que eles quiserem de acordo com conveniências e diferenças regionais’. Isso é uma balela. Por que eu não posso usar ele tendo o diretório nacional apoiado a Dilma porque o tempo da TV é para Dilma. Eu não posso colocar na minha campanha o Aécio”, reclamou. A candidata ao governo explicou que entrou com uma ação cautelar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação da convenção nacional.