O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres não compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que ouviria seu depoimento nesta quinta-feira, 9. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, havia determinado nesta terça-feira, 7, que Torres poderia ficar em silêncio durante o depoimento.
Na decisão, o magistrado esclareceu que o ex-ministro poderia comparecer se quisesse, já que Torres está preso e a lei não permite que sejam feitas conduções coercitivas de investigados para depoimentos.
O presidente da comissão, o deputado Chico Vigilante (PT-DF), apresentou requerimento para que o ex-secretário seja ouvido na próxima quinta-feira, 16, em sessão reservada. "Ele disse que tem muito a falar, então queremos que ele fale. Estamos colocando todas as condições para que ele venha, por isso estou apresentando esse requerimento", disse Vigilante.
Segundo a Câmara Legislativa, não haverá transmissão ao vivo e nem presença da imprensa. Apenas membros da comissão e servidores selecionados poderão acompanhar o depoimento. Ao ser questionado pelo deputado Hermeto Neto (MDB-DF), relator do caso, Vigilante prometeu divulgar posteriormente as informações.
Anderson Torres está sendo investigado por suposta omissão durante a invasão às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro em Brasília. O ex-ministro estava de férias nos Estados Unidos quando apoiadores do presidente Bolsonaro depredaram o local. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro no Batalhão de Aviação Operacional, no 4º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Guará.