O deputado licenciado André Vargas (PT-PR) afirmou nesta quinta-feira, em sua conta no Twitter, que é vítima de uma devassa por parte da imprensa e que se defenderá “de cabeça erguida” das acusações. O petista renunciou ontem ao cargo de vice-presidente da Câmara, pressionado pelas denúncias de ligação ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.
“A imprensa está devassando minha vida e vendo que não tenho nada a esconder. Meu patrimônio condiz com o salário de deputado”, escreveu Vargas, na primeira vez que utilizou a rede social para se defender das acusações. “Estou triste por ter exposto minha família e meu eleitorado, a quem devo tudo que sou. Tenho uma história e vou defendê-la”, afirmou o parlamentar.
“Estou certo de que não cometi ato ilícito e vou provar isso, de cabeça erguida. Não traí a confiança que sempre mereci do povo do Paraná”, continuou o petista, no dia em que o PT fez uma reunião em São Paulo para discutir a conduta do filiado. Vargas disse ter ido também à capital paulista para cuidar de sua defesa.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar abriu ontem processo para investigar se André Vargas quebrou decoro parlamentar na sua relação com o doleiro. Na semana passada, o petista subiu à tribuna da Câmara e admitiu ter sido imprudente ao viajar em um jatinho pago por Alberto Youssef.
O relator do caso no Conselho de Ética, Julio Delgado (PSB-MG), já disse haver indícios para dar prosseguimento ao processo contra o parlamentar. Ele terá 90 dias para apresentar um relatório pedindo ou não a cassação do petista.
André Vargas deve retornar à Câmara dos Deputados depois da Semana Santa, sem cumprir os 60 dias de licença não remunerada que havia solicitado. Como o petista não renunciou ao mandato, a parte da Operação Lava Jato em que seu nome é citado continua nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF).