Depois de quase dois meses afastado da Câmara, o deputado André Vargas (sem partido) compareceu nesta terça-feira à Casa, onde ficou por algumas horas. Vargas se licenciou do mandato por 60 dias após divulgação de denúncias de envolvimento dele com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
André Vargas é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara que pode resultar na cassação do mandato. O deputado, que confessou ter usado um jatinho pago pelo doleiro Alberto Youssef, renunciou à vice-presidência da Casa em abril. Em seguida, em função das pressões do seu antigo partido, o PT, Vargas também deixou a legenda à qual estava filiado há mais de 25 anos.
Na última quarta-feira, o deputado encaminhou ofício pedindo a suspensão da licença, mas só nesta terça-feira retornou à Casa. Ao sair da Câmara, Vargas não falou com a imprensa e deixou o local em um táxi.
No Conselho de Ética, o deputado tem até o dia 28 para apresentar defesa por escrito. De acordo com o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), na semana passada, Vargas pediu dois dias a mais de prazo para apresentar defesa. O pedido foi atendido parcialmente porque, se fossem concedidos os dois dias, na prática Vargas "ganharia" quase uma semana no processo por quebra de decoro. Isso porque o prazo para defesa acabaria na quinta-feira e o conselho só voltaria a se reunir na semana seguinte.