Antes de ação da PF, Bolsonaro chamou textos golpistas de fake news

Ministro Alexandre de Moraes pediu a atuação da polícia para saber se os empresários financiaram atos contra a democracia

23 ago 2022 - 12h23
(atualizado às 13h08)
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução: Redes Sociais

Um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitar mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários bolsonaristas que escreveram mensagens golpistas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou minimizar o episódio e até acusou, sem provas, o caso de ser uma mentira.

"Que empresários? Qual é o nome deles? Chega de fake news", declarou o chefe do Poder Executivo na quinta-feira, 18, durante evento em São José dos Campos (SP).

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Na sexta-feira, 19, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Polícia Federal realizasse a operação nas residências dos empresários. A ordem foi cumprida nesta terça-feira, 23. A mensagens, reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles, foram feitas em um grupo de WhatsApp. Um dos empresários chegou a falar que preferia um "golpe" em vez da volta do PT ao governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial deste ano.

Moraes é relator do inquérito que apura atos antidemocráticos. O ministro pediu a atuação da PF para saber se os empresários financiaram atos contra a democracia. O ministro já foi alvo de diversos ataques de bolsonaristas e aliados. O próprio presidente já chegou a chamá-lo de "canalha".

Na quinta-feira passada, Bolsonaro também atacou o jornalista responsável por revelar as mensagens "Guilherme Amado? Você tá de brincadeira. Esse cara é o fim do mundo. É uma fábrica de fake news. Ele acusou o Luciano Hang de dar golpe, é isso? Mostra isso aí. Para de minhoca na cabeça", disse durante o evento no Estado de São Paulo.

Além das buscas e apreensões, Moraes também solicitou a quebra de sigilo bancário dos empresários, o bloqueio das contas bancárias, bloqueio dos perfis nas redes sociais e que eles prestem depoimentos. São alvos os donos do Coco Bambu, Afrânio Barreira Filho, da W3 Engenharia, Ivan Wrobel, da Multiplan, José Isaac Peres, da Barra Wolrd, José Koury, da Havan, Luciano Hang, da Sierra, Luiz André Tissot, da Mormaii, Marco Aurélio Raymundo e da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri.

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