Após se inscreverem oficialmente nas prévias do PSDB, os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e João Doria (São Paulo), que apoiaram Jair Bolsonaro no segundo turno em 2018, defendem agora o impeachment do presidente e não rechaçam a ideia de subir no mesmo palanque que a esquerda em um eventual segundo turno contra o presidente.
Já o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio ainda resiste a defender o impedimento. O senador Tasso Jereissati (CE) não respondeu à reportagem, mas admitiu, em entrevista recente ao Estadão, que deve abrir mão da disputa para formar uma frente com Leite e Virgílio para enfrentar o governador de São Paulo. Havia no PSDB a expectativa de que Tasso anunciasse o apoio ao governador do Rio Grande do Sul antes da inscrição, mas o senador preferiu entrar na disputa.
Nenhum dos pré-candidatos soube responder sobre o custo de suas campanhas, que receberão só a partir de agora recursos do diretório nacional. Tanto Leite quanto Doria já estão viajando pelo Brasil e contam com equipes de apoio.
As prévias presidenciais do PSDB, que estão marcadas para 21 de novembro, são um evento inédito na história do partido. Só existe um precedente de prévias presidenciais na história política brasileira: em 2002, o então pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva venceu o senador Eduardo Suplicy no PT, com 84,4% dos votos válidos ante 15,6% do adversário.
O processo tucano será de forma indireta, a partir de quatro grupos distintos, todos com peso unitário de 25% do total de votos. Os quatro segmentos são: Grupo I: filiados; Grupo II: prefeitos e vice-prefeitos; Grupo III: vereadores, deputados estaduais e distritais; Grupo IV: governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual da Comissão Executiva Nacional do PSDB, senadores e deputados federais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.