Após 24 anos, PSDB volta a lançar candidatura própria em SC

27 jun 2014 - 00h02
(atualizado às 00h13)
Bauer discursa durante lançamento de sua candidatura
Bauer discursa durante lançamento de sua candidatura
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

O PSDB de Santa Catarina volta a ter um candidato próprio ao governo de Estado após 24 anos. Na noite desta quinta-feira, os tucanos definiram o nome do senador Paulo Bauer como o candidato à sucessão de Raimundo Colombo, do PSD.

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A última vez que a sigla lançou um nome ao governo estadual foi em 1990, quando Dirceu Carneiro obteve 76 mil votos e ficou apenas em quarto lugar. 

Na oportunidade, Vilson Kleinubing, do extinto PFL, conquistou 932 mil votos e superou o peemedebista Paulo Afonso Vieira, que obteve apenas 556 mil.

Desde então, os tucanos vem apenas “compondo chapa” no Estado e apresentando candidatos a vice ou ao senado. O partido até contou com um governador do Estado, Leonel Pavan, entre março e dezembro de 2010, após a renúncia de Luiz Henrique da Silveira. O próprio Bauer foi vice de Esperidião Amin entre 1998 e 2002. 

Senador eleito em 2010, Paulo Bauer tem na educação seu principal enfoque para a campanha. Foi secretário estadual na gestão de Luiz Henrique e responsável por projetos como o fornecimento de uniforme escolar para todos os alunos da rede pública, além de ações reconhecidas na aquisição de livros de autores locais.

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Convenção teve até passista de samba
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

Em convenção realizada na noite desta quinta, na Assembleia Legislativa do Estado, no centro de Florianópolis, lideranças de partidos como o DEM, PPS e PTB estiveram presentes. A possibilidade é a de que a chapa lance o nome de Paulo Bornhausen ao Senado Federal. 

A candidatura de Paulo Bauer pode se configurar praticamente no único palanque de Aécio Neves junto ao eleitorado catarinense. Além do PT provavelmente lançar o ex-deputado Cláudio Vignatti ao cargo, o atual governador Raimundo Colombo já expressou publicamente o seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff.

Bauer fez um discurso de cerca de 40 minutos, focado na participação dos correligionários na campanha. Em vários momentos, ele teceu elogios ao ex-governador Leonel Pavan e fez questão de destacar a “lealdade” dos tucanos. “Estivemos juntos com vários partidos e ninguém tem nada a reclamar de nós. Muito pelo contrário”, disse.

O agora candidato tucano ainda fez críticas aos ex-companheiros ao afirmar que a sua coligação irá reunir “apenas” as legendas que se opõem à candidatura de Dilma Rousseff. “Não queremos uma coligação com 16 partidos, como querem por aí”, afirmou. “Não podemos ter um governo para empregar quem perdeu a última eleição.”

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Ao fim do discurso, Paulo Bauer ainda criticou as publicidades realizadas pelo governo de Raimundo Colombo. “Não vou fazer propaganda sobre o que vou fazer ou sobre obras que estão em andamento. Vou entregar a obra para população e usar o dinheiro da propaganda para fazer outra.”

Ao som de samba

A convenção do PSDB de Santa Catarina foi marcada por tons de crítica ao atual governador Raimundo Colombo e por desfile de passistas de escola de samba.

As modelos, incluindo uma ex-rainha do Carnaval local, subiram ao palco acompanhadas da bateria de uma escola de samba e dividiram a atenção dos 500 participantes da convenção ao final do evento.

É a primeira candidatura própria do PSDB no Estado em 24 anos
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

Em discursos realizados pelos tucanos, foi ressaltada a “fidelidade” do partido com ex-parceiros, como o PMDB de Luiz Henrique da Silveira e o PSD de Raimundo Colombo. Ao mesmo tempo, a atual gestão do governo estadual foi combatida pelas principais lideranças do partido.

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“Sempre estivemos a postos e agora é nossa vez”, afirmou o ex-governador Leonel Pavan. “Passamos por cima de muita coisa e agora estamos aqui para eleger Bauer para o governo e Aécio Neves para presidente.”

O senador e agora candidato Paulo Bauer fez uma referência velada ao governador Raimundo Colombo ao falar de seu apoio à candidatura de Dilma Roussef. “Quando o Aécio Neves for o presidente, manteremos uma relação sadia, de respeito. Ele não vai nos ajudar em troca de apoio, como aconteceu aqui”, disse.

Em seu pronunciamento, Bauer ainda citou o pai, que faleceu o ano passado. “Foi o meu maior conselheiro político, lugar que Leonel Pavan vem assumindo agora”, afirmou.

O final da convenção foi marcado pela presença de integrantes da bateria de uma escola de samba local. Duas passistas subiram ao palco e sambaram por alguns minutos depois da escolha do candidato tucano. Desde 1990 o partido não lançava um nome na corrida estadual. 

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Fonte: Especial para Terra
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