O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), voltou a apoiar nesta quarta-feira a votação da medida provisória 665, que faz parte do ajuste fiscal promovido pela presidente Dilma Rousseff. Ontem, o deputado chegou a retirar o apoio à proposta até o partido da presidente fechar posição sobre a medida.
“O PT saiu do muro, assumiu a posição de defesa do projeto. Nossa objeção era política, nós tínhamos concordância com a tese da necessidade ajuste, mas se o PT estava numa posição contra o ajuste, não éramos nós que íamos defender”, disse o peemedebista.
A MP 665, que altera regras de acesso ao seguro desemprego, abono salarial e seguro defeso, sofreu resistência na bancada do PT, composta por deputados ligados a bases sindicais. Depois de mais de quatro horas de reuniões e de ouvir ministros, deputados do partido anunciaram apoio às medidas, mas não convenceram o PMDB.
A fala do ex-presidente Lula no programa do PT agravou a tensão entre as legendas. Na televisão, o petista criticou a aprovação do projeto que regulamenta a terceirização na Câmara e disse que o projeto poderia acabar com direitos dos trabalhadores.
Após a transmissão, Picciani cobrou que o PT fechasse questão em torno do tema, o que acabou ocorrendo hoje. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), foi a uma reunião do PMDB, representando o presidente petista Rui Falcão, para confirmar a decisão.
A MP 665 está em discussão no plenário da Câmara dos Deputados e pode ser votada hoje. A MP 664, que altera regras da pensão por morte e auxílio-doença, foi aprovada em comissão especial e precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.