Após recaptura de fugitivos, Lewandowski demite diretor da penitenciária de Mossoró (RN)

Decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública deve ser oficializada no 'Diário Oficial' desta sexta-feira, 5

4 abr 2024 - 20h43
(atualizado às 23h45)
Lewandowski decide pela demissão do diretor da Penitenciária Federal de Mossoró (RN)
Lewandowski decide pela demissão do diretor da Penitenciária Federal de Mossoró (RN)
Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, decidiu, nesta sexta-feira, 4, pela demissão do diretor da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A medida integra uma série de mudanças no sistema penitenciário federal após a fuga de dois detentos do presídio potiguar. Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33, foram recapturados nesta quinta-feira, 4, após 50 dias de fuga. 

O então diretor Humberto Gleydson Fontinele era o responsável pela penitenciária na ocasião da fuga, a primeira da história do sistema penitenciário federal, ocorrida em 14 de fevereiro. Gleydson Fontenele foi afastado do cargo no mesmo dia, e o policial penal Carlos Luis Vieira Pires foi nomeado interventor

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Quem assinou a demissão de Gleydson Fontinele foi o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, publicou o blog da jornalista Ana Flor, do g1. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira, 5. 

Fugitivos de Mossoró estavam em 'comboio do crime' e se dirigiam para o exterior, diz Lewandowski
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Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, Lewandowski anunciou a recaptura dos fugitivos e informou que eles serão levados de volta à penitenciária de Mossoró. Eles foram localizados pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal em Marabá (PA), a 1.600 quilômetros do presídio

"A mudança de estratégia consistiu em sair da busca física e trabalhar a partir da inteligência", disse. Segundo ele, a decisão foi "bem-sucedida". Lewandowski relatou que os fugitivos foram detidos em uma ponte, no que chamou de "um verdadeiro comboio do crime". Junto com Rogério e Deibson, mais quatro pessoas foram presas. Os agentes também acharam três carros, celulares e um fuzil.

"14 pessoas foram presas desde o início por envolvimento na fuga. Foi extremamente bem-sucedida, pois não foi disparado um tiro, não houve feridos nem mortos. Foi um trabalho puramente de inteligência", celebrou o ministro.

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Ajuda do lado de fora

Durante o período em que estiveram foragidos, Deibson e Rogério teriam sido auxiliados por uma rede de apoio externa ao presídio. Pelo menos oito pessoas foram detidas. O último a ser capturado foi o mecânico Ronaildo Fernandes, que teria recebido R$ 5 mil em sua conta para repassar aos fugitivos. 

Fernandes é proprietário da terra em Baraúna, na divisa entre Rio Grande do Norte e Ceará, onde a dupla permaneceu escondida por oito dias. No local, Nascimento e Mendonça se abrigaram em uma cabana improvisada no meio da plantação e escavaram buracos para evitar a detecção por drones e helicópteros que patrulhavam a região, situada a cerca de 30 quilômetros do presídio.

O mecânico foi preso preventivamente na segunda-feira, 1º, por suspeita de colaborar com os fugitivos. Ele alega inocência, afirmando que foi coagido a prestar ajuda.

A Polícia Federal já havia detido outros cinco suspeitos de auxiliar os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró. Um deles é o irmão de Deibson Nascimento. Johnney Weyd Nascimento foi preso na última sexta-feira, 29, no Acre. Ele foi condenado por roubo e participação em organização criminosa e tinha um mandado de prisão em aberto.

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Os agentes também cumpriram nove mandados de busca e apreensão em Mossoró (RN), Quixeré (CE) e Aquiraz (CE). Os investigadores suspeitam que os fugitivos tenham recebido auxílio de membros do Comando Vermelho, que têm presença na região. Um veículo e armas foram apreendidos na casa de um dos alvos.

Rogério Mendonça e Deibson Nascimento
Foto: Polícia Federal

Quem são os fugitivos recapturados 

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho". Ambos são naturais do Acre e estavam sob custódia na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, conforme divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública na época.

No ano passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre informou que Rogério e Deibson estavam entre os detentos envolvidos na rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Na ocasião, cinco prisioneiros foram assassinados.

Deibson foi detido em agosto de 2015 e também cumpriu pena no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele tem condenações e é acusado de envolvimento em assaltos, furtos, roubos, homicídios e latrocínio.

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Já Rogério estava cumprindo pena no Acre quando foi transferido para o Rio Grande do Norte. Ambos são membros de uma organização criminosa e deveriam cumprir uma sentença de dois anos, até 25 de setembro de 2025.

O presídio federal de Mossoró foi inaugurado em 2009 e é o único localizado no Nordeste. Com uma área de 13 mil metros quadrados, abriga mais de 200 detentos e nunca havia registrado uma fuga.

Além de Mossoró, o Sistema Penitenciário Federal conta com presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que abrigam detentos de alta periculosidade.

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Presidio de Mossoró localizado na região nordeste do brasil.
Foto: Foto: reprodução Depen
Fonte: Redação Terra
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