Após responder ao Congresso, Musk diz que Moraes exige 'corrupção' da empresa

Congresso dos EUA solicitou à plataforma informações sobre as ordens da Suprema Corte brasileira relacionadas à moderação de conteúdo

16 abr 2024 - 15h32
(atualizado às 16h20)
Resumo
Elon Musk, proprietário do X, declarou que o ministro STF Alexandre de Moraes está exigindo que a plataforma desrespeite as leis brasileiras, e em resposta, o STF incluiu o bilionário no inquérito das milícias digitais.
Elon Musk e Alexandre de Moraes
Elon Musk e Alexandre de Moraes
Foto: Trevor Cokley/Força Aérea dos EUA e Pedro Kirilos/Estadão

Elon Musk, proprietário do X, declarou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está exigindo que a plataforma desrespeite as leis brasileiras. As declarações ocorrem em meio ao embate público entre os dois, que começou na semana passada. 

Em uma postagem no X, nesta segunda-feira, 15, o bilionário escreveu que o ministro cobra que a empresa seja corrupta. Ele, porém, não especifica qual seria essa corrupção.

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"As leis dos Estados Unidos impedem o X de participar em corrupção que viole as leis de outros países, que é o que Moraes exige que a gente faça", escreveu.

A afirmação de Musk ocorreu após ele compartilhar uma nota divulgada pelo perfil institucional do X. No comunicado, a empresa alega ter sido intimada pela Câmara dos EUA, que solicitou informações sobre as ordens da Suprema Corte brasileira relacionadas à moderação de conteúdo.

"Para cumprir suas obrigações de acordo com a legislação dos EUA, o X respondeu ao Comitê", disse.

Na última semana, Musk tem feito críticas a Alexandre de Moraes e ao Poder Judiciário brasileiro.Em diferentes posts, o empresário chamou o magistrado de "tirano", "totalitário" e "draconiano". Ele também ameaçou reativar contas banidas por ordem judicial e suspender as restrições impostas à rede social. 

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Em reação, Moraes determinou a inclusão do bilionário no inquérito das milícias digitais e proibiu o X de desobedecer a ordens judiciais para remover contas de usuários ou fornecer dados sobre investigados.

O ministro comentou pela primeira vez sobre o conflito com o proprietário do X na última quarta-feira, dia 10. "Eu tenho absoluta convicção de que o STF, a população brasileira, as pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão", afirmou.

Musk e a liberdade de expressão

Desde que comprou o Twitter, Elon Musk tem se envolvido em polêmicas pela forma como gerencia a rede social. Ele se denomina como um "absolutista da liberdade de expressão", mas organizações questionam até que ponto informações sem checagem ou teorias da conspiração podem ser vistas como liberdade de expressão.

A ONG internacional Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) denunciou que houve um aumento de desinformação e discurso de ódio na rede social desde que Musk assumiu seu comando. Uma pesquisa feita pelo grupo mostrou que o X falhou em agir contra 99% dos posts com discurso de ódio publicados por assinantes da plataforma, não apenas permitindo os tuítes problemáticos como também impulsionando ele.

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Posts e contas com conteúdo de ódio, incluindo racismo, homofobia, neonazismo e antissemitismo denunciadas pelo grupo permaneceram ativas.

Fonte: Redação Terra
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