Após retirar cálculo da bexiga, Bolsonaro está estável

Procedimento em hospital de São Paulo durou uma hora e meia e não teve intercorrências, segundo médicos

25 set 2020 - 11h20
(atualizado às 11h22)

O presidente Jair Bolsonaro teve seu cálculo na bexiga removido na manhã desta sexta feira, 25, no Hospital Israelita Albert Einstein, segundo boletim médico. O procedimento durou uma hora e meia, diz a nota, e não teve intercorrências.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
02/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 02/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente encontra-se "estável clinicamente, afebril, sem dor", diz o boletim assinado pelo cardiologista Leandro Echenique, pelo urologista Leonardo Lima Borges, e por Miguel Cendoroglo, diretor-superintendente do hospital.

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De início, a operação estava prevista para ser realizada com o urologista Miguel Srougi. A mudança de planos, porém, veio após o presidente tomar conhecimento de críticas de Srougi à sua atuação diante da pandemia da covid-19.

Esta é a sexta cirurgia pela qual o presidente passa desde setembro de 2018, quando foi atingido com uma facada em ato de campanha. Desde então, o presidente passou por quatro cirurgias em decorrência do ferimento. Bolsonaro ainda realizou no início deste ano uma vasectomia.

A necessidade da nova cirurgia foi contada pelo presidente a apoiadores em 1º de setembro, no Palácio da Alvorada. Bolsonaro disse que estava com um cálculo na bexiga "maior que um grão de feijão".

"Esse cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco anos, está na bexiga. É maior que um grão de feijão. Resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamente a bexiga", afirmou ele, na ocasião.

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Saiba mais sobre o procedimento e relembre cirurgias anteriores de Bolsonaro

O que é e como se forma um cálculo na bexiga?

Segundo o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini, cálculos urinários podem aparecer quando substâncias presentes na urina, como cálcio, fosfato e ácido úrico se aglutinam, formando uma pedra.

Canalini diz que algumas situações podem favorecer o aparecimento dos cálculos, como quando a pessoa não bebe muita água. "É uma situação relativamente comum", afirma o urologista, que explica que os cálculos urinários em geral se formam no rim e podem descer pelo ureter, caindo na bexiga. "Ou você pode ter o cálculo que se forma primariamente na bexiga, mas isso não é o mais comum."

"(O cálculo urinário) é uma doença muito frequente", afirma o professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo Roni de Carvalho Fernandes. "As pedras dentro do sistema urinário podem ser de vários tamanhos, e um cálculo do tamanho de um grão de feijão não é tão grande."

Quais os sintomas?

Segundo o urologista Alfredo Canalini, o cálculo em geral provoca dor quando obstrui a passagem do ureter, causando acúmulo da urina e inchando o rim. "E, quando o rim incha, dói. Essa é a cólica renal".

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Já os cálculos na bexiga, segundo o médico, não costumam ser motivo de dor, embora isso possa acontecer. Mesmo assim, Canalini diz que costuma aconselhar a retirada da pedra, uma vez que a tendência é que os cálculos cresçam, levando à necessidade de cirurgias mais complexas para sua remoção.

O urologista Roni de Carvalho Fernandes pontua ainda que pedras na bexiga também podem gerar sintomas na hora de urinar. "(O paciente) pode ter dor, sangramento para urinar, aumento da frequência e urgência para ir ao banheiro."

Como é feita a cirurgia para retirar o cálculo?

O procedimento é considerado simples e minimamente invasivo. A cirurgia é feita com um endoscópio, que segue através da uretra (canal pelo qual urinamos) até chegar à bexiga. "Pela visão da endoscopia, você localiza o cálculo e dá 'tirinhos' de laser na pedra, que vai se fragmentando.

Se ela se fragmenta muito bem, o paciente vai até uriná-la espontaneamente. Ou você pode quebrar essa pedra em pedaços e, com pinças delicadas, tirar essas pedrinhas pelo aparelho endoscópico", afirma Alfredo Canalini. "O paciente dorme durante o procedimento e não sente absolutamente nada da barriga para baixo. E a recuperação, em geral, é bem tranquila."

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"O procedimento é de baixa complexidade, com período de internação curto e uma boa evolução no pós operatório. Normalmente, a gente orienta o paciente a ficar um ou dois dias internado", diz Roni de Carvalho Fernandes.

Por quais outras cirurgias Bolsonaro já passou desde 2018?

  • 6 de setembro de 2018 - Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG): Operação de urgência após ser atingido com uma facada por Adélio Bispo em ato de campanha
  • 12 de setembro de 2018 - Hospital Albert Einstein, em São Paulo: Cirurgia de emergência em razão de uma complicação causada pela aderência das paredes do intestino
  • 28 de janeiro de 2019 - Hospital Albert Einstein, São Paulo: Retirada da bolsa de colostomia
  • 8 de setembro de 2019 - Hospital Vila Nova Star, São Paulo: Cirurgia para correção de uma hérnia incisional na região da área atingida pela facada
  • 30 de janeiro de 2020 - Hospital das Forças Armadas (HFA), Brasília: Vasectomia. Foi a segunda vez que ele passou pelo procedimento médico de esterilização para homens que não desejam ter mais filhos biológicos
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