Após o resultado do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 30, que acredita que o País “fica de luto” e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode “ganhar por quase W.O" com a sua inelegibilidade.
No entendimento da Corte, o ex-chefe do Executivo cometeu abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação após convocar e realizar uma reunião com embaixadores estrangeiros, na qual fez alegações contra o sistema eleitoral brasileiro. O placar foi de 5 votos a 2 pela condenação.
“Acho que o Brasil fica de luto, alguém vai soltar fogos, obviamente. [Lula] vai entrar em campo para ganhar por quase W.O. em 2023, mas isso é democracia”, disse em entrevista à imprensa em Belo Horizonte.
Aos jornalistas, Bolsonaro declarou que acredita ter sido julgado pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e não pela reunião com embaixadores. Ele disse não ter participado dos protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições.
“Acredito que tenha sido a primeira condenação por abuso de poder político. Acredito que esse tenha sido meu crime, um crime sem corrupção. Desde que assumi falaram que eu ia dar golpe. Acompanhamos as eleições, a maneira como TSE agiu e proibiu até de fazer live na minha casa”, afirmou.
O ex-presidente também lembrou o episódio que antecedeu a sua eleição em 2018, quando levou uma facada durante uma passeata em Juiz de Fora, Minas Gerais. “Há pouco tempo tentaram me matar em Juiz de Fora, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade”.
Ele ainda questionou a ação por abuso de poder: “Isso é crime? Abuso de poder político? Por defender algo que sempre defendi quando parlamentar [a adoção do voto impresso no País]?”.
Entenda o caso
Em julho de 2022, ocorreu uma reunião no Palácio da Alvorada entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e embaixadores.
Durante o encontro, Bolsonaro fez questionamentos em relação ao resultado do sistema eleitoral de 2018, levantou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas e fez críticas a ministros de tribunais superiores. O evento foi transmitido pela TV Brasil.
O PDT requereu a inelegibilidade do ex-presidente e a cassação da chapa de Bolsonaro junto ao general Braga Netto.
Além disso, o partido também solicitou a exclusão de vídeos do conteúdo publicado pela Agência Brasil, o que já foi realizado.