Aprovação do governo de Dilma Rousseff cai para 31,3 %, diz pesquisa

Maioria dos entrevistados considerou importante a realização de um plebiscito sobre a reforma política

16 jul 2013 - 10h51
(atualizado às 11h08)
<p>A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, em Brasília</p>
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, em Brasília
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff caiu de 54,2% para 31,3% após os protestos que tomaram as ruas há pouco mais de um mês, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em parceria com a MDA Pesquisa. O levantamento, divulgado nesta terça-feira, ouviu 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de julho. As entrevistas foram realizadas em 134 municípios de 20 Estados nas cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

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Quando o cenário mede a aprovação pessoal de Dilma, 49,3% dos entrevistados aprovam o desempenho da presidente da República, enquanto 47,3% desaprovam. A satisfação do eleitorado com Dilma Rousseff também caiu em comparação ao último levantamento, feito no mês passado, quando o índice era de 73,7%. À época, os eleitores que desaprovavam a presidente somavam 20,4%.

A pesquisa também avaliou a atuação da presidente diante das manifestações. Para 30,7% dos entrevistados, Dilma se comportou de forma negativa. Apenas 24,6% viram de forma positiva os pronunciamentos feitos pela presidente.

A ideia do plebiscito, proposta por Dilma no primeiro pronunciamento em cadeia de rádio e televisão ainda durante os protestos, foi vista como importante por 67,9%, que acham necessário ouvir a população sobre os temas da reforma política. Apenas 26,1% consideram o plebiscito desnecessário.

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A imagem dos parlamentares também ficou prejudicada após os protestos. Segundo o levantamento, 46,7% consideraram a atuação do Congresso Nacional negativa, sendo que apenas 10,3% acharam positiva.

A CNT/MDA também perguntou o que os entrevistados acharam da atuação da polícia. Para 53,3% dos entrevistados, a força utilizada foi normal; 35,7% consideraram agressiva e apenas 8,6% viram de forma fraca.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 

Fonte: Terra
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