Aras: Bolsonaro não combinou arquivamento de inquérito

Segundo o procurador-geral da República, essa é uma declaração unilateral; destino do inquérito depende do STF

2 jun 2020 - 08h31
(atualizado às 08h42)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse em entrevista à TV Globo na noite de segunda-feira, 1º, que o presidente Jair Bolsonaro não combinou com ele quando falou em arquivamento do inquérito que apura se o presidente tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

"Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo", disse Aras na entrevista ao programa 'Conversa com Bial', da emissora. O procurador-geral evitou afirmar qual será o destino do inquérito, que pode ser arquivado ou levar a uma denúncia contra Bolsonaro.

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Presidente Jair Bolsonaro conversa com procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto
17/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro conversa com procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto 17/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Aras também comentou declarações do presidente de que ele seria um forte candidato caso possa indicar um terceiro nome ao Supremo Tribunal Federal (STF). O mandato de Bolsonaro vai até o final de 2022, até lá o ministro Celso de Mello se aposentará compulsoriamente em novembro deste ano ao completar 75 anos, e o mesmo acontecerá com Marco Aurélio Mello no ano que vem.

Uma eventual terceira vaga neste mandato de Bolsonaro, que já disse que pretende buscar a reeleição em 2022, só abriria em caso de morte ou aposentadoria voluntária de um dos demais ministros da corte.

Ao comentar o assunto, Aras disse que chegou ao topo de sua carreira e que não pensa além do período de dois anos que tem à frente da Procuradoria-Geral da República.

"Cheguei ao ápice da minha carreira. Não faço projeto para além de dois anos", disse Aras na entrevista.

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