A Procuradoria-Geral da República (PGR) agiu com o objetivo de proteger o empresário Meyer Nigri de um processo de investigação, após receber um pedido direto do próprio Nigri por meio de uma mensagem no aplicativo WhatsApp, endereçada ao chefe do órgão, Augusto Aras. As informações são do site UOL.
Por meio do aplicativo de conversa, Nigri compartilhou a matéria do portal Metrópoles que deu origem à investigação, e Aras respondeu: "Se trata de mais um abuso do fulano".
A investigação foi iniciada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, e naquele período, a PGR emitiu um posicionamento favorável ao arquivamento do caso.
Conforme as mensagens interceptadas pela Polícia Federal, Nigri entrou em contato com Aras imediatamente após ter ciência da investigação que o envolvia.
Após a publicação da reportagem no Metrópoles, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) apresentou uma solicitação para que as mensagens trocadas entre os empresários fossem examinadas.
A defesa de Meyer Nigri afirmou ao site que o empresário apenas "perguntou a opinião" do procurador-geral da República. Entretanto, três semanas após o ocorrido, a PGR solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o encerramento da investigação e a revogação dos mandados de busca e apreensão.
"Que achou?", disse Nigri em mensagem. Aras respondeu: "Vou localizar o expediente, pois se trata de mais um abuso do fulano", sem citar o nome de Moraes.
Segundo as informações divulgadas pelo site, a Polícia Federal descobriu que o empresário estabeleceu uma rede de conexões dentro da PGR com o objetivo de buscar vantagens.
Além de Aras, ele trocou mensagens com um assessor e também teve um encontro com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.