"Assessor cumpre ordens do chefe", diz novo advogado de Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde maio, acusado de envolvimento em suposto esquema de manipulação de cartões de vacinação

16 ago 2023 - 12h46
(atualizado às 12h56)
O tenente-coronel Mauro Cid
O tenente-coronel Mauro Cid
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Cezar Bitencourt, novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o militar era só um assessor e que estava apenas seguindo ordens. As declarações foram dadas nesta quarta-feira, 16, durante entrevista à GloboNews

"Na verdade, ele é um militar, mas ele é um assessor. O assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens", afirmou.

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"Mauro Cid é um militar, ele cumpre ordens acima de tudo. Vamos examinar os fatos, saber quem é quem, até onde vai a responsabilidade de um e de outro", completou. 

O advogado relatou ter sido contatado por um parente de Mauro Cid, porém, não entrou em detalhes sobre quem o contratou.

Além disso, ele enfatizou que não possui conhecimento a respeito do pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, que também está sob investigação por supostamente estar envolvido na venda ilegal de presentes oficiais.

'Grande injustiçado'

Cezar Bitencourt também disse que Mauro Cid é um "grande injustiçado". No entanto, ele ressaltou que não possui familiaridade com os detalhes do processo e planeja se encontrar com o tenente-coronel no final da tarde desta quarta-feira.

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"Ele é um grande injustiçado, está indevidamente recolhido no Exército. É absurdo que esteja trancafiado dentro de uma cela dentro do Exército", declarou. 

O advogado também mencionou que não divulgará as estratégias jurídicas e evitou adiantar os próximos passos da defesa, porém reiterou seu posicionamento de que Mauro Cid estava seguindo ordens.

"Essa obediência hierárquica pra um militar é muito séria e muito grave. Exatamente essa obediência a um superior militar é o que há de afastar a culpabilidade dele. Ordem ilegal, ordem injusta, militar cumpre também. Acho que não pode é cumprir ordem criminosa. Vamos avaliar onde apareceu [ordem criminosa], se apareceu, se ele tinha consciência disso, mas são questões de foro íntimo", afirmou.

Mauro Cid permanece preso desde maio, acusado de estar envolvido em um suposto esquema de manipulação de cartões de vacinação relacionados ao ex-presidente Bolsonaro e seus familiares

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No entanto, na semana passada, ele também se tornou alvo de uma operação realizada pela Polícia Federal, que está investigando uma possível comercialização ilícita de presentes oficiais durante o mandato de Bolsonaro.

Fonte: Redação Terra
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