O chefe de gabinete do deputado Luiz Argôlo (SD-BA), negou nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara ter recebido um depósito de R$ 120 mil do doleiro Alberto Youssef e se disse disposto a abrir o sigilo bancário. Argôlo responde a um processo por quebra de decoro parlamentar pela sua relação com o doleiro.
“Nunca foi feito nenhum depósito”, disse o assessor ao Conselho de Ética, atribuindo a suspeita a uma reportagem da revista Veja. A publicação divulgou em abril um diálogo interceptado entre Youssef e o parlamentar, no qual falam de um valor que seria transferido a Bezerra. O advogado do parlamentar, Aluisio Lundgren, considerou a denúncia uma “fantasia completa”.
Questionado pelo relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), Bezerra disse desconhecer se o parlamentar tinha relação de amizade com Youssef. “Nunca o presenciei falando nem nunca esteve no gabinete. Não sei nem se é verdade que tenha relação de amizade com Youssef”, disse.
Além de ser suspeito de receber repasses de dinheiro do doleiro, Argôlo também teria recebido de Youssef dois caminhões de gado, avaliados em aproximadamente R$ 100 mil.
O deputado baiano é o segundo parlamentar alvo do Conselho de Ética por envolvimento com o doleiro, preso pela Operação Lava Jato suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. André Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, também responde a processo disciplinar no colegiado.