Audiência é suspensa após bate boca entre Guedes e oposição

Como em encontros anteriores, ministro da Economia se irritou quando as perguntas dirigidas a ele ganharam tom pessoal

25 set 2019 - 20h50
(atualizado às 21h01)

O pavio curto do ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou evidente mais uma vez nesta quarta-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO), quando a audiência foi encerrada após o ministro bater boca com parlamentares de oposição.

Como em encontros anteriores, Guedes se irritou quando as perguntas dirigidas a ele ganharam tom pessoal. Dessa vez, porém, o debate foi encerrado após as primeiras participações da oposição, ainda na primeira rodada de perguntas dos parlamentares.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes.
O ministro da Economia, Paulo Guedes.
Foto: José Cruz/Agência Brasil - 3/7/2019 / Estadão Conteúdo

O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) questionou o ministro sobre investimentos dele na educação privada. Guedes subiu o tom quando, ao tentar responder, foi interrompido por Braga. "É minha vez de falar, não estou aqui para conversar sobre minhas finanças pessoais, estou aqui para falar sobre orçamento público. Estou aqui para ser respeitado. Questões de cunho interrogativo a respeito de minhas finanças pessoais devem ser feitas a outro fórum", afirmou.

A sessão foi encerrada com duas horas e meia de duração, por volta das 17h, muito antes do previsto na agenda de Guedes, que esperava o encerramento da audiência para as 21h.

Não foi a primeira vez que a participação do ministro no Congresso terminou em bate-boca e confusão. O embate mais famoso foi o do "tchutchuca x tigrão", em abril, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

O ministro caiu na provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que o acusou de ser "tigrão" com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas "tchutchuca" com privilegiados do Brasil. "Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas", respondeu Guedes na ocasião, aos gritos.

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Em maio, o ministro perdeu o controle mais uma vez na Comissão Especial da reforma da Previdência. Guedes reagiu ao ser emparedado por opositores que o questionavam a respeito de investigações sobre investimentos com recursos de fundos de pensão sob sua gestão. "Depois de seis horas (da tarde), a baixaria começa. É o padrão da Casa, ofensa, ataque", disparou. "Se eu 'googlar' dinheiro na cueca vai aparecer coisa", disparou, em referência ao episódio em que um assessor do petista José Guimarães (SP), foi pego com dólares na cueca.

Em junho, mais uma vez, Guedes se irritou com insinuações de que o contingenciamento de recursos a universidades federais beneficiaria em algum sentido a sua irmã, Elizabeth Guedes, que é vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Privadas.: "Vocês estão acostumados a desrespeitar respeitosamente. É uma loucura perguntar sobre a minha irmã", acusou.

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