O delegado da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, Mario de Marco Rodrigues de Sousa, foi reconhecido na internet por espectadores de um reality show que trata de apreensões no aeroporto. O nome de Sousa ganhou os holofotes na última semana após ele recusar ceder à pressão da cúpula da RF para devolver para a Arábia Saudita as joias alegadamente destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Internautas reconheceram o nome de De Marco como sendo um dos auditores fiscais que estrelaram o reality show Aeroporto - Área Restrita, exibido pela Discovery Brasil. No programa, ele e outros agentes da Receita Federal aparecem realizando diversas apreensões dentro do aeroporto, além da rotina dos fiscais e policiais federais.
No Reddit e no Twitter, o tema virou assunto e chamou a atenção de diversas pessoas que acompanham o reality. Em dos episódios, o delegado aparece dando flagrantes em suspeitos de crimes como tráfico e contrabando. Ele explica como são escolhidos os passageiros que terão as bagagens vistoriadas.
Passou despercebido por aqui, mas não no Reddit.
Quem barrou as jóias da Micheque em Guarulhos foi o mesmo servidor público (olha aí a importância do serviço público) que aparece no programa "Aeroporto: Área Restrita" do Discovery! 👇👇🧶 pic.twitter.com/G0JmLUAota
— Sindical Influencer (@sindinfluencer) March 6, 2023
Carreira
Mario de Marco negou um pedido do então secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, para liberar as joias no aeroporto de Guarulhos, por falta de previsão legal. Na época, De Marco era chefe da Divisão de Conferência de Bagagem (Dibag) do aeroporto de Guarulhos, e estava no cargo desde dezembro de 2017.
O delegado é auditor da Receita desde 2006, e fez carreira atuando no aeroporto. Em setembro de 2022, ele assumiu o comando da alfândega do terminal. De acordo com o Portal da Transparência, seu salário bruto é de R$ 36.445,31.
Procurada pelo Terra, a Receita Federal não se posicionou sobre o caso até a publicação desta reportagem. Caso haja retorno, a matéria será atualizada.
Joias sauditas
Na última terça-feira, 6, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente um conjunto de joias de diamantes avaliadas em cerca de € 3 milhões, o equivalente a R$ 16,5 milhões, em outubro de 2021.
De acordo com o jornal O Globo, a investigação ficará sob o comando da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários de São Paulo, por solicitação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
As peças foram um presente do príncipe saudita, Mohammed bin Salman, e chegaram ao Brasil dentro da mochila do servidor Marcos André dos Santos Soeiro, antes de serem apreendidas.
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