Augusto Aras repudia agressão a Moraes e diz que PGR investigará o caso

Ministro foi hostilizado em aeroporto em Roma neste sábado, 15; seu filho foi agredido fisicamente

16 jul 2023 - 11h38
(atualizado às 12h11)
Procurador-geral da República, Augusto Aras
Procurador-geral da República, Augusto Aras
Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Na madrugada deste sábado, 15, o procurador-geral da República, Augusto Aras, prestou solidariedade ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e disse que a Procuradoria investigará as agressões às quais o magistrado e seu filho foram vítimas.

"A Procuradoria-Geral da República solicitou informações à Polícia Federal sobre as agressões sofridas pelo ministro Alexandre de Moraes e seu filho, na Itália. O MPF tomará as medidas cabíveis a respeito do caso", diz a nota compartilhada por Aras nas suas redes sociais.

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O procurador também disse que "tão logo soube do ocorrido, enviou mensagem ao magistrado, a quem manifestou solidariedade" e classificou a agressão como "repulsiva", sobretudo por ter se estendido à família de Moraes.

Na tarde deste sábado, enquanto passava pelo aeroporto internacional de Roma, o ministro Alexandre de Moraes foi hostilizado por dois empresários, que também são suspeitos de terem agredido seu filho.

São eles: Alex Zanatta Bignotto, corretor de imóveis e genro de Roberto Mantovani Filho, que trabalha com administração de bens imobiliários, consulta empresarial e com equipamentos hidráulicos. Eles são de Santa Bárbara d'Oeste, interior de São Paulo, e voltavam de uma viagem de férias com a família na Itália.

A Polícia Federal abriu inquérito sobre o episódio. De acordo com o órgão, Mantovani chamou o ministro de "bandido, comunista e comprado" e depois direcionou as agressões ao filho de Moraes, um advogado de 27 anos. O empresário teria dado um tapa no rosto dele. Bignotto, segundo a PF, acompanhou o sogro fazendo uso de palavras de baixo calão.

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Com 40 pedidos de impeachment nas costas apenas nos últimos cinco anos, Moraes é alvo constante de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é relator da maioria dos inquéritos que investigam radicalismos vinculados ao bolsonarismo - como os desdobramentos do 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas em Brasília, o inquérito das fake news e das milícias digitais.

Fim do mandato

O segundo mandato de Augusto Aras na PGR termina em setembro. A Constituição não diz quantas vezes o procurador-geral pode ser reconduzido ao cargo, mas os últimos que ocuparam a cadeira - Raquel Dodge, Rodrigo Janot e Roberto Gurgel - não ficaram mais do que quatro anos, o que equivale a dois mandatos.

Lula já disse em entrevistas que não deve considerar a lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para escolher quem ficará com o maior posto do MPF em setembro. Aras tem feito movimentos de aproximação com o governo, como ter mudado de posição no julgamento da Lei das Estatais no STF e dizer, nas suas redes sociais, que agiu para "desestruturar o lavajatismo".

Durante uma entrevista no último dia 10, o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), elogiou Aras, dizendo que ele "prestou um serviço importante para o Brasil".

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Nomeado duas vezes por Bolsonaro e vindo de fora da lista tríplice, Aras foi considerado um aliado do ex-presidente em diversas oportunidades. Em setembro de 2019, quando foi escolhido pela primeira vez, Bolsonaro disse que a PGR é a "dama" do "jogo de xadrez" da República.

Um dos últimos gestos de apoio ao ex-presidente aconteceu em novembro passado. Antes do fim do mandato de Bolsonaro, a PGR de Aras pediu o arquivamento de pelo menos dez investigações contra ele, metade delas vindas do relatório da CPI da Covid.

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