BELO HORIZONTE - A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, em primeiro turno, nesta terça-feira, 4, projeto de lei que aumenta em 298% o salário do governador Romeu Zema (Novo), de R$ 10.500 para R$ 41.845,49. O texto também amplia a remuneração do vice-governador, de secretários e secretários-adjuntos do Estado.
A iniciativa recebeu votos favoráveis de 45 deputados. Outros 20 parlamentares votaram contra a proposta. Servidores estaduais de diversas áreas acompanharam as reuniões e criticaram a mudança. De acordo com levantamento realizado pelo Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco), o reajuste dos salários do governador, do vice e dos secretários vai gerar um impacto de R$ 24,1 milhões nos próximos três anos.
O aumento no salário de Zema será escalonado em três anos:
- R$ 37.589,96 a partir de 1º de abril de 2023;
- R$ 39.717,69 a partir de 1º de fevereiro de 2024;
- R$ 41.845,49 a partir de 1º de fevereiro de 2025.
A remuneração do vice-governador mineiro, Mateus Simões, passará de R$ 10.250 para R$ 37.660, também escalonado em três anos. Os secretários de Estado e secretários-adjuntos, por sua vez, terão aumento de 247%. O salário dos secretários, atualmente de R$ 10 mil, aumentaria para R$ 34.774. Os adjuntos receberão R$ 31.297.
O texto voltará para a análise da mesa diretora da Assembleia em 2º turno, antes da votação definitiva pelo plenário, que deve ocorrer após o feriado da Páscoa. Em sua justificativa, o governador alega que os valores vigentes não são reajustados desde 2007 e que o aumento seria uma recomposição das perdas decorrentes da inflação.
Salário de outros governadores
A remuneração atual dos membros do primeiro escalão do governo de Minas Gerais é inferior comparada a outros Estados. O salário do governador paulista, Tarcísio de Freitas, passou a ser de R$ 34,5 mil no início deste ano; antes do reajuste, era de R$ 23 mil.
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), por exemplo, ganha R$ 33.763,00 por mês. Em Sergipe, o chefe do Executivo estadual, Fábio Mitidieti (PSD), recebe R$ 35.462,22. Atualmente, o governo de Minas é o que tem a menor remuneração do País, seguido por Santa Catarina (R$ 15.000,00) e Maranhão (R$15.384,89).