Um avião a serviço do Ministério da Saúde sofreu um acidente e saiu da pista na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, na terça-feira, 17. O voo era operado pela Voare Táxi Aéreo, companhia cujo dono foi preso pela Polícia Federal (PF) em setembro, com dinheiro na cueca. O empresário é Renildo Lima, marido da deputada federal Helena Lima (MDB-RR). As informações são da colunista do Estadão, Roseann Kennedy.
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A bordo do Cessna Caravan de prefixo PR-VDB estavam apenas o piloto e o copiloto, que não sofreram ferimentos. A aeronave transportava materiais de ferragem e deveria pousar no Aeródromo de Surucucu, em Alto Alegre (RR), dentro da Terra Indígena Yanomami. No entanto, a aterrisagem não foi como planejada.
Isso porque o piloto encontrou dificuldades em frear o avião por conta de chuva intensa e pista molhada, além de uma “rajada de vento forte”, conforme nota do Ministério da Saúde enviada ao jornal. “Todos os órgãos competentes foram imediatamente informados”, completou a pasta.
A Voare Táxi Aéreo também se pronunciou sobre o assunto. Em um comunicado à imprensa, a companhia alegou que o avião estava em “perfeitas condições de operação” e com documentos regularizados. “O piloto também estava com habilitação e exame médico válidos”, afirma nota.
A empresa fez questão de ressaltar os esforços para encontrar a causa do acidente. “A Voare reforça seu compromisso com a segurança de suas operações e está cooperando plenamente com a Aeronáutica e a Agência Nacional de Aviação Civil para apurar as causas do acidente e tomar as medidas cabíveis”.
Dono é marido de deputada e já foi preso
Responsável pelo voo contratado pelo Ministério da Saúde, a Voare Táxi Aéreo foi fundada pela deputada federal Helena Lima (MDB-RR). No entanto, quem controla as operações atualmente é seu marido, Renildo Lima, e a filha do casal, Eduarda Lima.
Em 15 anos de contratos públicos, a Voare bateu recordes de faturamento com o governo federal em 2023 e 2024, já com a deputada no mandato. Apenas neste ano, a empresa ainda assinou R$ 211,5 milhões em contratos com o Ministério da Saúde, segundo informações do Estadão.
O que chamou atenção recentemente, no entanto, foi um caso de polícia envolvendo Renildo Lima. Em setembro, o dono da Voare foi preso por um dia pela Polícia Federal depois de ser flagrado com R$ 500 mil em dinheiro vivo durante a campanha eleitoral municipal. Parte da quantia estava em sua cueca.
Na operação, dois policiais militares também foram detidos por supostas compra de votos e associação criminosa. O grupo nega irregularidades.