O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi processado pelo Banco Nordeste por não pagar uma dívida que fez com a instituição. O banco cobra R$ 831,4 mil do ministro desde 2009 na Justiça do Maranhão em função de um empréstimo rural.
A informação foi relevada pela coluna radar, da revista Veja. O processo corre na comarca de Vitorino Freire (MA), onde o ministro e a família têm fazendas. O Estadão revelou, no dia 30 de janeiro, que o ministro destinou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar a estrada que dá acesso às prioridades no município.
O Estadão também revelou que o ministro forneceu informações falsas para a Justiça Eleitoral ao usar R$ 385 mil do fundo eleitoral na contratação de voos de helicóptero para sua campanha eleitoral, em 2022.
Assessores, amigos e parentes de Juscelino foram beneficiados por emendas parlamentares direcionadas pelo ministro para Vitorino Freire, cidade governada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende. No total, empresas de pessoas próximas ao ministro faturaram R$ 36 milhões da prefeitura.
O esquema envolve empresários amigos de Juscelino que não aparecem nos documentos oficiais, mas que são os verdadeiros donos das empresas. Após a reportagem do Estadão revelar o esquema, a Folha de S.Paulo publicou que o ministro patrocinou emendas no total de R$ 42 milhões que bancaram empreiteiras alvos da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União.
O ministro foi um dos principais operadores do orçamento secreto nos últimos três anos. O mecanismo foi relevado pelo Estadão em maio de 2021, quando a reportagem mostrou o direcionamento de verbas em contratos superfaturados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).