Cerca de 80 pessoas que se dizem indignadas com as denúncias de corrupção ligadas ao PT e à Petrobras fazem um protesto em frente ao Minascentro, um centro de convenções de Belo Horizonte, em Minas Gerais, nesta sexta-feira (6). No local, acontece no início desta noite a festa de aniversário de 35 anos do partido, que conta com a participação do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do presidente uruguaio José Mujica.
Em meio a gritos contra Dilma e Lula, os manifestantes erguem cartazes e usam megafones. Muitos deles levam consigo adesivos e panfletos previamente fabricados em gráficas, em que dizem que "não têm culpa" sobre os escândalos, pois "votaram em Aécio", em referência ao segundo turno das eleições do ano passado, em que o candidato do PSDB, Aécio Neves, disputou o cargo de presidente da República com a petista Dilma.
Houve um princípio de tumulto em que os manifestantes usaram bombas de festa junina contra militantes do PT, que passavam pelo local. Os militantes, por sua vez, chamavam os manifestantes de "golpistas" e de "coxinhas".
A polícia militar foi chamada e, há cerca de uma hora, tenta amenizar a confusão.
Alguns dos militantes petistas levavam sacos de farinha de trigo, com o intuito de fazer uma provocação aos manifestantes, em uma referência ao suposto uso de drogas de Aécio Neves. Um dos manifestantes foi preso após arremessar um dos sacos de farinha para cima de um dos militantes do PT.
A reportagem do Terra identificou alguns dos integrantes da ala Juventude do PSDB em meio ao protesto, além de ex-integrantes do governo tucano em Minas Gerais. Um deles seria o músico Cris do Morro, que era responsável por um dos projetos do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), ligado ao governo de Minas Gerais, durante gestão tucana. Na manifestação, ele usa um nariz de palhaço.
PSDB afirma que o PT não tem o que comemorar
Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira, o PSDB afirma que o PT "não tem o que comemorar" em seu aniversário de 35 anos. O partido tucano argumenta que os petistas protagonizam "a maior história de corrupção no mundo", o que mereceria a "autocrítica" dos militantes.
"É lamentável que um partido que nasceu sob os auspícios da ética e da moralidade não tenha a menor condição de fazer uma autocrítica em relação aos desmandos instalados no governo federal", diz a nota. O PSDB diz ainda que as velas de aniversário do PT não devem ser acesas para cantar os parabéns, mas para iluminar o "caminho escuro da corrupção instituída no partido" e que, se os militantes assim o fizesse, "lembrar-se-iam com saudades do PT que não existe mais".