Biden convida Lula para visitar Washington no início de fevereiro

Convite foi feito durante ligação do presidente norte-americano para prestar solidariedade após os atos golpistas de domingo

9 jan 2023 - 19h26
(atualizado às 20h03)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião com governadores nesta segunda-feira, 9
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião com governadores nesta segunda-feira, 9
Foto: Reprodução/TV Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou na tarde desta segunda-feira, 9, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prestou solidariedade após os atos golpistas deste domingo que resultaram na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, apurou o Estadão/Broadcast

Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas brasileiras e também convidou Lula para visitar Washington no início de fevereiro para consultas aprofundadas sobre uma ampla agenda comum. O convite foi aceito pelo petista. 

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Em comunicado oficial, o governo brasileiro informou que o " presidente Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas e à transferência pacífica do poder. Os dois líderes comprometeram-se a trabalhar juntos em temas enfrentados pelo Brasil e pelos Estados Unidos, entre os quais mudança do clima, desenvolvimento econômico, paz e segurança". 

Mais cedo, o assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que Biden deveria conversar com Lula "em algum momento", mas disse que não havia telefonema agendado.

No domingo, 8, Biden já havia condenado a ação dos golpistas nas redes sociais e reforçou apoio às instituições democráticas brasileiras. Na postagem, o presidente americano chamou os atos de "atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil".

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Em Washington, há uma pressão interna por parte dos democratas, que são do partido de Biden, para que o presidente americano expulse o ex-presidente Jair Bolsonaro do país. Bolsonaro precisará pedir para o governo americano, no prazo de 30 dias após a entrada, para alterar seu visto, já que visto diplomático de quem não está mais em "missão" precisa ser atualizado nesse prazo.

O governo americano pode, nesta ocasião, rejeitar concessão de novo visto a Bolsonaro ? uma opção que não precisaria de um pedido de extradição feito pelo Brasil.

O porta-voz do departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou, nesta segunda-feira, que se um titular de visto do tipo A ? diplomático ? não está mais envolvido em missão oficial relacionada ao visto, a pessoa deve deixar os EUA ou pedir para o governo americano, dentro de 30 dias, a mudança de status imigratório. Caberá aos EUA conceder ou não um novo tipo de visto.

Price deixou claro que não falava sobre situação específica, embora tenha respondido à questão, de maneira genérica, diante de pergunta de uma jornalista sobre o caso de Bolsonaro.

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Segundo Price, se um indivíduo "não tem fundamento" para estar nos EUA, então o indivíduo está sujeito a ser deportado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês).

O diplomata, que fala em nome do secretário de Estado americano, Antony Blinken, também afirmou que não há pedidos de cooperação feitos pelo Brasil, com relação ao assunto, e disse que os governos dois países mantêm contato próximo.

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