O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa foi preso na noite de sábado, 24, acusado de montar uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, no Distrito Federal. Em depoimento, revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, o homem de 54 anos, afirmou que planejou a ação com manifestantes do QG (Quartel General) no Exército.
De acordo com o bolsonarista, o objetivo de instalar explosivo era para "dar início aos caos" e levar à "decretação do estado de sítio". Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que a medida poderia provocar uma eventual intervenção das Forças Armadas.
Além do explosivo encontrado nos arredores do aeroporto, Sousa ainda revelou planos de instalar artefatos em postes de energia nas proximidades da subestação de distribuição em Taguatinga.
"Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada um bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início aos caos que levaria à decretaçaõ do estado de sítio", afirmou o bolsonarista, em depoimento.
Desde outubro do ano passado, o gerente de um posto de gasolina em Xinguá, no Pará, já gastou mais de R$ 160 mil com armas e munições. Ele conseguiu a lincença como CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). Durante todo o mandato, o governo Bolsonaro facilitou o acesso da população geral aos armamentos.
Um grupo de apoiadores golpistas do atual presidente estão reunidos em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu as eleições presidenciais. Eles pedem por intervenção militar.
Críticas de futuro ministro
Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse neste domingo, 25, que acampamentos bolsonaristas viraram "incubadoras de terroristas". "Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos 'patriotas' viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível", disse Dino no Twitter. "O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade".
O que é estado de sítio?
Em linhas gerais, um estado de sítio pode ser acionado em momentos de "comoção grave de repercussão nacional", "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira".
O estado de sítio prevê a limitação de direitos fundamentais e permite, por exemplo, a obrigação de permanência em locais determinados, detenção em edifícios que não sejam penitenciários, suspensão da liberdade de reunião, intervenção nas empresas de serviços públicos e requisição de bens.
*Com informações do Estadão Conteúdo