Bolsonarista que matou Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, vai a júri popular

Jorge Guaranho, réu por morte de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), irá a júri popular nesta quinta-feira; para os promotores, o caso teve motivação política, mas a defesa nega o teor político do caso

4 abr 2024 - 08h06

O ex-agente penal Jorge Guaranho, preso em julho de 2022 por matar o guarda municipal e militante do PT Marcelo Arruda, começa a ser julgado na manhã desta quinta-feira, 4, no Tribunal do Júri de Foz do Iguaçu (PR).

Jorge Guaranho era agente penitenciário federal e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Jorge Guaranho era agente penitenciário federal e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Jorge Guaranho via Facebook / Estadão

Sem ser convidado, Guaranho, apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou ao local da festa em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro".

O ex-agente penal entrou no salão portando uma pistola Taurus calibre 40 e iniciou uma discussão por motivos políticos. Guaranho e Arruda se desentenderam e o agente penitenciário deixou o local. O autor do crime voltou 20 minutos depois e efetuou os dois disparos que vitimaram o guarda municipal.

Como funciona o júri popular

O júri é composto de sete pessoas, sorteadas entre um grupo de 25 indivíduos previamente escolhidas, de forma aleatória, para comparecer ao Tribunal. Tanto a defesa quanto a acusação podem, sem apresentar justificativa, dispensar até três jurados sorteados cada. Uma vez escolhidos, os jurados não podem trocar informações entre si.

Cada uma das partes pode indicar até cinco testemunhas. Nesta quinta-feira, primeiro dia de julgamento, devem ser ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa. Após as testemunhas, é previsto que o réu seja interrogado e que os jurados façam perguntas ao acusado.

Ao final do julgamento, os jurados respondem a um questionário com caráter de sentença. As decisões devem ser logradas com ao menos quatro dos sete votos possíveis.

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