Aliados de Jair Bolsonaro (PL) alegam que o indiciamento do ex-presidente e mais 36 pessoas na investigação do atentado golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma tentativa de desviar o foco para a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. A informação é da Folha de S.Paulo.
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Os bolsonaristas dizem que essa é uma tática do governo e também da esquerda. "Curioso tudo isso acontecer nesse momento em que tivemos uma vitória acachapante nas eleições municipais e, consequente, derrota da esquerda, além da eleição de Trump nos EUA", afirmou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição da Câmara.
Segundo ele, a narrativa teve início com as explosões na Praça dos Três Poderes, na semana passada, o que classificou como “atentado fake”, e que isso levou a “desdobramentos de fatos que foram levados a público de forma relâmpago”. Ele alega ainda que o único objetivo era “manter a narrativa de golpe contra Bolsonaro e a direita”.
Já o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou em um vídeo que todos os indiciamentos são "reação à eleição de Donald Trump" e que o “desespero bateu” nos opositores.
“Eles viram que a volta de Bolsonaro é uma realidade e agora querem reagir, querem sapatear, querem continuar contando a história e o enredo que o presidente Lula já falou, que tinha que contar uma narrativa", afirma enquanto exibe um recorte descontextualizado de uma fala do presidente.
"Depois de Trump, eu afirmei que eles [governo] iriam vir com tudo, acelerar todas as barbaridades, porque sabem que têm pouco tempo", diz a deputada Bia Kicis (PL-DF), endossando a fala do colega.
Segundo a parlamentar Júlia Zanatta (PL-SC), o Bolsonaro seria o “maior perseguido político do País”, mas defende que, mesmo assim, ele “se fortaleceu com as eleições municipais e também com a vitória de Trump”, e que indiciamento é “desespero”.