Bolsonaristas reagem nas redes sociais a operação da PF e falam em 'ditadura de toga'

Empresários, políticos e outros suspeitos por atos antidemocráticos foram alvo de buscas, prisões preventivas, quebras de sigilo e bloqueios de contas nesta quinta-feira, 15

15 dez 2022 - 19h15
(atualizado às 19h23)
Carro da Polícia Federal no Rio de Janeiro
26/05/2020
REUTERS/Pilar Olivares
Carro da Polícia Federal no Rio de Janeiro 26/05/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

A operação da Polícia Federal contra investigados em inquérito que apura atos antidemocráticos, que teve 103 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quinta-feira, 15, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Influenciadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) alegam que estão sob uma "ditadura de toga" e sugerem até mesmo conspirações envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e black blocs.

A operação foi autorizada por Moraes contra empresários e outros suspeitos de organizarem e financiarem bloqueios de rodovias e atos em frente a quartéis. Entre os alvos estão os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Eles negam ter cometido crimes. Em postagens em suas redes sociais, Assumção ironizou que teria praticado "o terrível crime de livre manifestação do pensamento".

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O assunto entrou nos "trending topics" do Twitter, que lista os temas que mais ganham atenção na plataforma. Até o começo da tarde, os termos "Alexandre de Moraes" e "Polícia Federal" estavam entre os cinco primeiros lugares, com 70 mil e 45 mil postagens, respectivamente. Apoiadores de Bolsonaro ainda colocaram, mais cedo, o termo "ditadura" (23 mil tuítes) entre os mais comentados, enquanto a oposição reagiu com a tag "Grande dia" (17 mil tuítes).

Influenciadores pró-governo questionam a validade do inquérito do STF que apura os atos antidemocráticos e reclamam que Moraes estaria agindo arbitrariamente contra conservadores. Outros insinuam que o quebra-quebra em Brasília na segunda-feira, 12 de dezembro, foi um esquema orquestrado para justificar a medida.

"A narrativa é de escalada de violência por parte dos manifestantes. O que assistimos, contudo, foi ação típica de black blocs e não das tias do zap. Triste momento da nossa história!", declarou a deputada federal Bia Kicis (PL-DF).

A teoria de que os atos de vandalismo foram obra de "infiltrados" e não de bolsonaristas circula desde o começo da semana, mas contraria relato da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que confirmou a participação de manifestantes alojados em frente ao Quartel-General do Exército.

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