Depois da saída de três ministros do governo em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonaro minimizou as demissões e destacou nesta terça-feira (19) que "nenhum ministro saiu por corrupção". "Nenhum ministro saiu por corrupção ou acomodação partidária. No passado, trocava centenas de ministros por ano e a imprensa falava nada. Agora trocam um aqui e eles...", afirmou Bolsonaro, sem completar a frase, para apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Pelo segundo dia seguido, Bolsonaro evitou falar com a imprensa. Em resposta a um apoiador que reclamava das notícias sobre a pandemia do novo coronavírus, o chefe do Executivo recomendou: "É só você não ouvir a mídia, pô. Não ouve a mídia, não".
"Parece que só querem o caos no Brasil, né?", disse o presidente depois de ouvir críticas do apoiador relacionas às orientações veiculadas na imprensa para que a população fique em casa.
Bolsonaro disse ainda que "governadores de esquerda estão liberando a cloroquina agora". A declaração irônica foi feita em resposta a uma apoiadora que comentou o diagnóstico positivo para covid-19 do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
O uso da cloroquina em pacientes com covid-19 foi uma das divergências que levaram à saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde. Nesta terça-feira, Bolsonaro se reúne com o ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello.
A expectativa é que o presidente discuta o novo protocolo para o uso da cloroquina em casos leves da covid-19. O encontro ocorre em meio a dúvida de quem assumirá a pasta permanentemente depois da saída de Teich.
Agenda
Nesta terça, o presidente também se reúne com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marco Pontes. O ministro e o secretário da Economia também participam de outro encontro com o presidente incluindo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
À tarde, Bolsonaro recebe os ministros da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes.