Jair Bolsonaro (PL) participou da abertura da Conferência Conservadora de Ação Política (CPAC), realizada na Argentina, por meio de uma mensagem em vídeo. Na gravação, ele expressou agradecimentos ao presidente Javier Milei por ter recebido os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, que estavam foragidos.
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"O que passou no oito de janeiro não foi programado pela direita, mas pela esquerda e teve esse final. Temos pessoas presas no Brasil e muitos estão refugiados na Argentina... Então te agradeço pela recepção. São pessoas com suas famílias, mães, pais, avós, que estão no seu país. A dor desses condenados políticos é muito grande ", afirmou o ex-presidente.
Depois do crime, brasileiros condenados atravessaram a fronteira e buscaram abrigo no país vizinho. Em outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitou a extradição dos fugitivos. Antes de abordar os acontecimentos de 8 de janeiro, Bolsonaro iniciou sua fala elogiando o governo de seu aliado e fazendo comparações entre as administrações.
Para o ex-presidente, ambos compartilham a "coragem" demonstrada na escolha dos membros de seus primeiros escalões e as decisões "difíceis" que tomaram.
"Te saúdo pelas medidas difíceis que tomou e que agora o povo vai entendendo. A desvalorização da moeda que teve que fazer e agora a Argentina é um país que se projeta para o mundo. Parabenizo pela coragem de montar uma boa equipe para mudar os rumos de seu país, tive que fazer algo parecido aqui: colocamos pessoas competentes e que poderiam mudar a nação", disse Bolsonaro, ao se referir a momentos como a pandemia de covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia
O evento, realizado em Buenos Aires, capital da Argentina, contou com a presença remota de Bolsonaro. Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou pessoalmente em seu lugar. O ex-presidente não pôde viajar, pois está com o passaporte retido devido às investigações sobre as joias que teria recebido durante seu mandato e sua ligação com a trama golpista.
Ele mencionou isso em sua mensagem, alegando ser uma vítima de perseguição política. "Temos um juiz na Suprema Corte que não segue o devido processo legal. Ele se faz de vítima. E por isso não tenho meu passaporte. Mas espero que me devolvam para eu poder comparecer na posse do Trump, que me convidou", afirmou, sem mencionar diretamente o nome do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Enquanto estava na Argentina, além de discursar no CPAC, Eduardo Bolsonaro também visitou brasileiros foragidos no país vizinho. Em um vídeo compartilhado em suas redes sociais, ele relata ter visitado dois condenados, Joelton Gusmão de Oliveira e Rodrigo Moro Ramalho, que estão detidos há vinte dias em La Plata, cidade próxima a Buenos Aires. Ambos fazem parte dos cinco presos após o STF ter solicitado a extradição de 62 pessoas.
"Nunca pisaram em uma delegacia no Brasil, mas sob a perseguição que está acontecendo no Brasil estão com esse problema. Queremos que seja aplicado o Tratado de Genebra para que os refugiados tenham o direito de trabalhar e viver em outro país", afirmou ele em frente à unidade prisional.