O presidente Jair Bolsonaro anunciou, no Twitter, o novo ministro da Educação na manhã desta segunda-feira (8). Quem ocupará o cargo é o Professor Abraham Weintraub. Já era esperada, nesta segunda, a queda de Ricardo Vélez Rodríguez.
Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao Prof. Velez pelos serviços prestados.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 8 de abril de 2019
Na semana passada, em café da manhã com jornalistas, o presidente havia sinalizado que poderia retirar Vélez do cargo. Bolsonaro havia dito que essa segunda seria o dia do "fico" ou "não fico" no MEC.
Indicado pelo escritor e ideólogo de setores da direita Olavo de Carvalho, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez causou vários constrangimentos ao governo nesses pouco mais de quatro meses à frente do Ministério.
Vélez causou polêmica ao dizer que brasileiros viajando ao exterior eram como canibais. Também enviou mensagens a escolas com o slogan de campanha de Jair Bolsonaro (Brasil a cima de tudo, Deus acima de todos), pedindo que crianças fossem filmadas cantando o hino nacional.
A mais recente foi uma fala afirmando que os livros didáticos de história deviam ter os conteúdos sobre a ditadura militar revisados. O atual governo tenta emplacar uma nova versão sobre o golpe de 1964, em um movimento que alguns historiadores chegam a classificar como "fraude".
Além das polêmicas, do ponto de vista prático o MEC também vinha tendo problemas sob Vélez. Nas últimas semanas vários funcionáriso importantes foram exonerados. Há uma disputa entre a ala mais ideológica do ministério e outra ala, ligada a militares. O próprio presidente da República, no café com jornalistas, afirmou que a pasta não estava funcionando direito -- sem apontar um motivo, porém.
O novo ministro, Abraham Weintraub, é economista pela USP e trabalhou 18 de seus 47 anos no Banco Votorantim, onde foi de office-boy a economista-chefe e diretor. Demitido, seguiu para a Quest Corretora e, logo depois, deixou a iniciativa privada. / COM ESTADÃO CONTEÚDO