Em meio a dados oficiais do governo que mostram expressiva alta nas queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o Brasil "está de parabéns" pela forma com que preserva o meio ambiente.
Em discurso durante inauguração de usina de energia solar na Paraíba, Bolsonaro afirmou que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e, ao mesmo tempo, sofre ataques internacionais na questão ambiental.
"O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. E é o país que mais sofre ataques vindos de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns da maneira como preserva esse seu meio ambiente", discursou o presidente.
Dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao governo federal, mostram que, no Pantanal, neste ano foram registrados 15.756 focos de incêndio até quarta-feira, um crescimento de 208% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Amazônia são 67.290 focos, 12% a mais que em 2019, que já foi o pior resultado desde 2010.
Além disso, também de acordo com dados de monitoramento do Inpe, o desmatamento da Amazônia brasileira saltou 34,5% nos 12 meses até julho, ano-calendário oficial que o Inpe usa para medir o desmatamento anual da floresta, segundo dados preliminares.
O governo Bolsonaro é criticado por ambientalistas que afirmam que a defesa do presidente da exploração econômica da região amazônica incentiva a ação ilegal de madeireiros, grileiros e garimpeiros. Apontam ainda que a atual gestão federal desmontou e enfraqueceu órgãos e mecanismos de fiscalização ambiental.
O presidente, por sua vez, critica organizações não-governamentais de defesa do meio ambiente e diz que a exploração econômica é necessária para tirar a região da pobreza.
O aumento das queimadas e o elevado índice de desmatamento tem levado investidores estrangeiros a pressionarem o governo brasileiro a tomar mais ações na defesa ambiental.
Nesta semana, oito governos europeus enviaram uma carta aberta ao vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, cobrando que o país tome "ações reais" contra o desmatamento da Amazônia, apontada como crucial para conter as mudanças climáticas.