O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (9) que convidou seu antecessor no cargo, Michel Temer, para chefiar uma missão oficial do Brasil no Líbano.
Durante a videoconferência internacional para arrecadar doações para o país, Bolsonaro lamentou a explosão que matou mais de 150 pessoas na capital Beirute e lembrou que o Brasil abriga a "maior diáspora libanesa no mundo", com 10 milhões de descendentes que formam uma "comunidade dinâmica, trabalhadora e participativa".
Segundo o presidente, partirá "nos próximos dias" uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com "medicamentos e insumos básicos de saúde, reunidos pela comunidade libanesa". "Também estamos preparando o envio por via marítima de 4 mil toneladas de arroz para atenuar a perda dos estoques de cereais destruídos na explosão", acrescentou.
Além disso, Bolsonaro disse estar acertando com o governo do Líbano o envio de uma equipe multidisciplinar para colaborar na "perícia da explosão". "Convidei, como meu enviado especial e chefe dessa missão, o senhor Michel Temer, filho de libaneses e ex-presidente do Brasil", declarou.
Em resposta, Temer afirmou estar honrado com o convite feito pelo presidente. "Quando o ato for publicado no Diário Oficial da União serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa", disse, em nota à imprensa.
Conferência
A videoconferência internacional de apoio ao Líbano é fruto da iniciativa do presidente da França, Emmanuel Macron, que foi o primeiro chefe de Estado a visitar o país após a explosão em Beirute.
Na abertura do evento, Macron fez um apelo para as autoridades libaneses "responderem aos pedidos da população, que se manifesta pacificamente nas ruas de Beirute".
No último sábado, milhares de pessoas tomaram o centro da capital para protestar contra o sistema político. O ato teve confrontos com as forças de segurança e terminou com um policial morto e centenas de indivíduos feridos.
Após a manifestação, a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, anunciou sua renúncia ao cargo, na primeira mudança no governo do premiê Hassan Diab após a explosão. O primeiro-ministro prometeu antecipar eleições se as forças políticas não chegarem a um acordo para resolver a crise.
"O caos não pode vencer", disse Macron na conferência deste domingo, pedindo para o mundo "agir com pressa e eficácia" para ajudar o Líbano.
Com Ansa e Estadão Conteúdo