A notícia de que o presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com o novo coronavírus causou enorme comoção nas redes sociais. Muitos opositores do presidente levantaram a hashtag #forçacovid e alguns chegaram, inclusive, a escrever que desejam a morte do chefe do Executivo. A maioria das postages de ódio foi feita por perfis falsos.
A reação das redes causou a ira de apoiadores do governo, incluindo os filhos do presidente. Carlos e Eduardo Bolsonaro se posicionaram, também através de seus perfis nas redes sociais, para denunciar as postagens. "A imensa quantidade de pessoas pedindo a morte do chefe do Executivo neste momento deveria ser motivo de solidariedade imediata dos líderes dos outros poderes, mas o que vemos novamente é a seletividade da indignação e ninguém chama os tais “desumanos” de robôs. Não terão êxito!", escreveu Carlos.
E entre estas, muitas contas verificadas. Mas claro, o Twitter não considerará isso discurso de ódio, o que é reservado apenas pra opiniões (mesmo inofensivas) da direita. https://t.co/9XLbSaAwKp
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 7, 2020
"E entre estas, muitas contas verificadas. Mas claro, o Twitter não considerará isso discurso de ódio, o que é reservado apenas pra opiniões (mesmo inofensivas) da direita.", respondeu Eduardo na postagem de irmão. A reportagem apurou a denúncia de Eduardo e não conseguiu encontrar perfis verificados desejando diretamente a morte de Bolsonaro, ainda que alguns tenha utilizado a hashtag #forçacovid para comentar o caso e criticar os posicionamentos do presidente durante a pandemia.
Em 2015, no entanto, pouco antes do início do rito de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro deu uma entrevista em que desejou um "infarte ou câncer" para o petista. Questionado sobre quando ele achava que o mandato da então presidente terminaria, Bolsonaro respondeu: "Eu espero que acabe hoje, infartada ou com câncer, de qualquer maneira. O Brasil não pode continuar sofrendo com uma incompetente, ou 'incompetenta' à frente de um país tão grande e maravilhoso".
Confira a fala polêmica de Bolsonaro:
O então deputado e capitão da reserva voltou a causar polêmica durante o impeachment da petista, ao exaltar o coronel Brilhante Ustra, torturador condenado por crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil.