Bolsonaro diz a jornalista que estratégia de advogado de Cid é camicase

Declaração ocorre após revista revelar que Mauro Cid decidiu confessar e apontará Bolsonaro como mandante no caso das joias

18 ago 2023 - 09h46
(atualizado às 09h56)
Mauro Cid era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Mauro Cid era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao jornalista Túlio Amâncio, da Band, ser “camicase” a estratégia da defesa de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em confessar a participação na venda de joias recebidas pela comitiva presidencial, e de dizer que estava cumprindo ordens do ex-presidente

A declaração do ex-chefe do Executivo ocorre após uma reportagem exclusiva da Veja revelar que Mauro Cid, que se manteve em silêncio desde que foi preso, decidiu confessar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, providenciou a transferência para o Brasil do dinheiro arrecadado em espécie e o entregou a Bolsonaro. Segundo a revista, Cid vai dizer às autoridades que fez tudo isso cumprindo ordens diretas do então presidente da República, que seria o mandante do esquema

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Ao jornalista Túlio Amâncio, Bolsonaro afirmou que Cid está preso há muito tempo e, por isso, é capaz de falar qualquer coisa pra sair da cadeia. Também alegou não ter recebido nenhum valor em espécie de seu ex-ajudante de ordens e disse que não pediu pra que os bens fosses vendidos.

O ex-presidente ainda afirmou não ter falado com o pai de Mauro Cid, o general do Exército Mauro César Lourena Cid, depois da operação do último dia 11, pois “acabaria sendo acusado de interferência”. Na data, a Polícia Federal fez buscas em endereços ligados a Cid - preso desde maio no bojo de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde - e ao pai dele. 

Bolsonaro e seu entorno são foco de uma investigação realizada por policiais federais para apurar um suposto esquema de negociação ilegal de joias presenteadas por delegações estrangeiras à Presidência da República.

Segundo a PF, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

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Fonte: Redação Terra
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